domingo, 27 de outubro de 2024

PARA MELHOR COMPREENSÃO*

Siglas, nomes geográficos e históricos usuais para entender significações e lugares

Trajano Carlos de Figueiredo Pupo e Paulo Pinheiro Machado Ciaccia: As 
Primeiras Fazendas da Região de Botucatu, 2005: 12

-Bandeira
Expedição armada, financiada ou assumida por particulares que, entre os fins do século XV e começos do XVIII, com três tipos distintos: 1) bandeiras de apresamento para captura de indígenas para escravização; 2) bandeiras de prospecção, para descobertas de minas e procuras de metais preciosos no interior brasileiro; 3) bandeiras de contratos para buscar escravizados fugidos e destruições de quilombos.
Não raramente o 'cabeça de bandeira' era o próprio financiador, partindo de pontos estratégicos em terras paulistas.

-Bugreiro
Caçador e matador de indígenas.

-Capela
Povoação incipiente.
A identificação de um lugar como 'Capela', significava o reconhecimento da Igreja e do Estado quanto a existência legal de determinada povoação. Capela equivalia a Distrito Policial pelo poder civil.

-CD: A/A
Cópias de Documentos em Arquivos dos Autores.

-Cuesta
Palavra espanhola com significado de encosta de colina ou monte. Neste trabalho, trata-se da denominada Cuesta Botucatu, cujo relevo é íngreme de um lado e suave de outro, em declive não simétrico, com deslumbrantes paisagens e onde situa-se o famoso aquífero Guarani.

-Dadas
Genocídio bugreiro praticado contra indígenas ocupantes de territórios que interessavam aos fazendeiros e capitalistas; grafia em itálico. Convencionalmente grafado na forma itálica.

-Entrada
Expedições oficiais organizadas e financiadas pelo governo, partindo de um ponto do litoral para explorar o interior brasileiro, com missões de apresamentos de indígenas, destinados à escravização, e procuras minas.
Entradas e bandeiras às vezes confundem-se. No final do século XVII as entradas entraram em declínio enquanto sobressaíam-se as bandeiras paulistas.

-Planalto Ocidental Paulista
A escarpa e reverso da Serra de Botucatu, para além da Cuesta, direção noroeste-sudeste, em suave inclinação geológica com mais de 500 km de extensão por variáveis de 190 de largueza, com desníveis entre os 350 a 700 metros. Para o presente trabalho, no entanto, considere-se toda região entre o Tietê e Paranapanema a partir dos cursos d’águas do Jacuí e Guareí, depois desde as nascentes do Feio/Aguapeí ao mesmo Paranapanema, até as barrancas do Paraná.

Razias
Incursões predatórias sertanejas em territórios indígenas.

-Sertão do Botucatu
Desde 1855-1856 o Sertão Paranapanema adiante da Serra tornou-se Sertão de Botucatu, o qual, para efeitos deste trabalho considerado apenas a região centro-sudoeste e oeste paulista ou, mais propriamente, as terras situadas entre o divisor do Peixe com o Paranapanema, a partir dos campos de Botucatu ao Rio Paraná.
Para efeitos deste trabalho compreende-se por Sertão do Botucatu, quando ainda não conhecidos os Vales do Feio-Aguapeí e Peixe todo o território entre os rios Tietê e Paranapanema, desde a descida da Serra às barrancas do Rio Paraná, como o último inculto rincão paulista habitado por indígenas, atravancadores do progresso, e bestas feras da floresta. Esta informação será dada repetidas vezes para melhor compreensão dos assuntos tratados.

-Sertão Paranapanema
Nos primeiros anos da conquista sertaneja, por tradição, porém erroneamente, denominava-se Sertão do Paranapanema todo o território entre os rios Tietê e Paranapanema, desde a descida da Serra Botucatu às barrancas do Rio Paraná.
A partir de 1855, com a criação da Vila de Botucatu e, consequentemente, município, tornou-se Sertão de Botucatu, quando ainda não conhecidos os Vales Feio-Aguapeí e Peixe.

-Sertão Pardo/Turvo e Pontal do Turvo/Alambari
Todo o território inicial para a Capela de Santa Cruz do Rio Pardo, combinado em 1862, inserido dentro do Sertão do Botucatu. Em 1872, Santa Cruz já reconhecida pelo poder civil, teve acrescimento de partes do Pontal Turvo/Alambari.

Tropeiros – Tropeirada e tropeirismo
Homens que conduziam tropas muares e equinas do Sul Brasil a Minas
Gerais e outras regiões, também responsáveis por transportes de alimentos e produtos inter-regionais. Os tropeiros 'inventavam' rotas para melhor conduzir suas tropas, integrando povoados incipientes, muitos dos quais eles mesmos transformaram de simples pouso em prósperos núcleos habitacionais.

-Vale do Feio/Aguapeí
A partir das nascentes do Rio Feio/Aguapeí na Serra de Agudos, a 40 km de Bauru, entre os divisores Peixe e Tietê até o rio Paraná, com área de 12.000 quilômetros quadrados.

-Vale do Paranapanema
De acordo com a descrição geográfica de Teodoro Fernandes Sampaio, o Vale do Paranapanema compreende toda extensão de terras às margens do rio do mesmo nome, desde Sorocaba até o rio Paraná, uma área aproximadamente de 110.000 quilômetros quadrados, dos quais 27.400 no atual estado de São Paulo. O rio Paranapanema nasce na Serra de Paranapiacaba.

-Vale do Peixe
Com 15.000 quilômetros quadrados de área, situa-se entre os Vales do Feio-Aguapeí e Paranapanema, a partir da nascente do rio do Peixe, na Serra de Agudos, até sua barra junto ao rio Paraná.
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-Legendas do Mapa encimado - transcrição dos citados Pupo e Ciaccia


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*Nesta reedição eletrônica 2024, as datas das publicações quanto aos anos, não correspondem com o tempo real, sendo artifício utilizado pelos autores para a sequência melhor compreendida dos assuntos tratados.
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