domingo, 27 de outubro de 2024

— CLUBES DESPORTIVOS - FUTEBOL

1. A introdução do futebol em Santa Cruz do Rio Pardo
Recorte de jornal -  final de futebol em 15 de maio de 1932
O 'Operário foi o campeão do ano

Acervo: Geraldo Vieira Martins Junior
Para alguns estudiosos, bem fundamentados, as 'Estradas de Ferro' foram as principais responsáveis pelo surgimento de muitos povoados ao longo de seu curso, como também formadoras dos primeiros clubes futebolísticos nas centenas de cidades interioranas paulistas, quiçá de resto em todo o Brasil, por onde as passagens dos trilhos e estabelecidas as gares e oficinas, como lazer esportivo aos seus empregados e, em consequência, a toda comunidade.
Se a verdade quanto ao florescimento de tantas povoações, umas bem sucedidas e outras não, 
o mesmo não se pode afirmar, de maneira generalizada, quanto as origens dos pioneiros times de futebol naquelas localidades, ainda que a estrada de ferro, reconhecidamente, em muito tenha contribuído para divulgação do esporte, conduzindo equipes para encontros entre times regionais e inter-regionais.
Em Santa Cruz do Rio Pardo, pelo que se pode até o momento comprovar, o futebol surgiu ou tornou-se conhecido, coincidentemente, ao mesmo tempo que a chegada dos trilhos da Sorocabana, em abril de 1908, para, um mês depois, se anunciar a primeira 'liga de futebol local', ou porque já existiam os 'rachas', sem regras e definições, ou por ser ela a propiciar as formações das primeiras equipes organizadas.
Até se pode imaginar, no final do século dezenove e os primeiros anos do seguinte, com os avanços do leito ferroviário já nas imediações do território municipal santa-cruzense, os famosos 'rachas' entre os operários da Sorocabana, com os lados formados no 'par e ímpar', em finais de tardes ou nos dias de descansos.
Bastasse alguém passar por lá, de trole ou a cavalo, assistir ao 'peladão' e 'tirar um papo' para inteirar-se das 'regras', um vale tudo, menos mão na bola, exceto o goleiro; sem tempo para terminar a disputa, geralmente até o escurecer ou uma chuva forte; um 'campo' mais ou menos plano e retangular, sem medidas definidas, com as 'traves' de cada lado marcadas por dois tocos ou varas fincadas - estabelecidas na base dos passos ou conforme o tamanho do 'guarda-metas'; um numero igual de disputantes para cada lado, vencendo quem marcasse mais gols. Sabendo isto, o expectador já estaria apto para introduzir a novidade esportiva em seu lugar de origem. 

2. A Liga 'Club Foot-ball' 
Em 1908, certo 'Rômulo Baptista', entre maio e agosto, fundou a primeira liga desportiva santa-cruzense denominada 'Club Foot-ball', como associação de times interessados ou organizados no próprio clube, para práticas daquele desporto:
"Chamamos a attenção dos amadores para uma circular do Club Foot-ball, inserta na seção competente desta folha. Esta util associação sportiva, como suas congeneres, tem por fim proporcionar aos associados agradável distração e boas horas de prazer. (...)." (Correio de Santa Cruz, 26/07/1908: 3).
O objetivo do 'Club Foot-ball' era formar equipes associadas para competições entre si, com regras oficiais e campeonatos regulares: 
"CLUB DE FOOT-BALL
Estando quazi organizado este club, contando já avultado numero de socios jogadores, que contribuiram com suas joias, convida pois aquelles que quizerem fazer, virem alistar se antes de cheio o numero.
Aceita-se qualquer donativo que quizem [quizerem] dar a esta sociedade sportivo [a].
Domingo proximo publicar-se-a a lista dos socios e pessoas que contribuiram com donativos a esta sociedade.
Santa Cruz, 25-07-908.
Romulo Baptista"
(Correio de Santa Cruz, 26/07/1908: 3).
A 'Liga' se encarregaria em formar os times, mas estes podiam ingressar já organizados, e o 'Club' aceitava doações. As equipes feitas ou formadas disputariam entre si, melhor de três partidas, até os primeiros campeonatos em funcionamento, com mais clubes participantes, no sistema dois turnos - ida e volta, sistema de pontos perdidos. Cada equipe tinha o primeiro e o segundo escrete, ou seja, o time principal - 'copeiro', e o secundário, conhecido 'cascudo', além dos reservas comuns entre si, não raramente algum 'cascudo'. 
O futebol fez-se sensação em Santa Cruz, com a formação dos primeiros times representantes de bairros, fazendas, empresas [comércio e indústria], tipo 'catação' e alguns de formações particulares, com nomes identificados às origens, enquanto outros vinculados às datas festivas ou históricas.
Alguns times existiram apenas para um campeonato, outros tiveram durações prolongadas, e aqueles que se tornaram tradicionais por décadas. O futebol cresceu e alguns clubes criaram rivalidades entre si, transformando suas partidas em verdadeiros 'dérbis' - duelos entre equipes [dérbis, plural abrasileirado do inglês derby].
Romulo Baptista, no curto período em que marcou sua presença conhecida em Santa Cruz do Rio Pardo, teve seu trabalho prosseguido pelo campineiro, engenheiro civil e agrimensor, José Maria de [Paulo] Lacerda, vindo de Caconde para o município, que muito contribuiu para o desenvolvimento do futebol local, à frente de outros nomes da sociedade santa-cruzense, da época, aficionada àquele esporte. Praticamente impossível que Romulo e José Maria não tivessem se conhecido, pelo tamanho da cidade e o interesse mútuo pelo futebol.
Embora Romulo e José Maria estivessem numa mesma época em Santa Cruz, não consta em nenhum documento que ambos tenham juntos se empenhado na introdução do futebol local, cumprindo a informar que, em maio de 1908, inclusive, José Maria, embora engenheiro civil, respondia interinamente pelo Ministério Público da comarca enquanto o tempo de afastamento do titular (Correio Paulistano, 15/05/1908: 1).
Romulo Baptista não deve ser confundido com o Romeu Baptista, outro célebre incentivador do esporte santa-cruzense, no entanto, em época posterior.

2.1. A busca por  Romulo Baptista - pioneiro no futebol de Santa Cruz do Rio Pardo
              —O texto a seguir não tem autenticidade documental comprovada*—
Rômulo Baptista aparece na história documentada santacruzense num curto período, entre julho e agosto de 1908, organizando formações de times de futebol e fundando a primeira liga associativa local. Oficialmente, até o momento, nada mais se sabe dele, nem antes e nem depois.
Pesquisas preliminares indicam, por aproximação, ser ele o Romulo Baptista, aquele conhecido filho do intelectual professor Bellarmino Franklin Baptista - baiano, e dona Maria Eulalia Xavier [Baptista] - fluminense descendente de imigrantes portugueses, e seu nome completo, pouco usual, Romulo Franklin Baptista.
Avós paternos de Rômulo: Manoel Franklin Baptista e dona Guilhermina da Silva Baptista; avós maternos: Henrique Xavier de Souza e dona Lucinda Adelaide [Xavier] de Souza.
Romulo tem o seu nome em destaque, pela primeira vez, em 1903 na calorosa recepção dada pelo 'Colégio Abilio Borges', entre outras dezenas de homenagens no Rio de Janeiro ao eminente brasileiro Santos Dumont. Romulo representava o 'Clube Literário e Científico' de sua escola (Correio Paulistano, 08/09/1903: 1). Na época seu nome era constantemente veiculado pela grande imprensa escrita.
Intelectual, amante dos esportes onde o futebol já a grande paixão, Rômulo teria sido convidado a acompanhar a chegada dos 'Trilhos da 'Sorocabana' no município de Santa Cruz do Rio Pardo, em 1908, para implantar a 'Liga Club Foot-ball' local, coincidindo com o período que seu nome deixa de circular nos grandes jornais cariocas, entre março/abril e setembro daquele ano; então volta a ser noticiado.
Prestou exames finais na 'Faculdade Livre de Direito em 1909', aprovado, e seu nome continuava nos jornais da época, sempre com elogios, destacado civilista brasileiro, presente em memoráveis discursos pró o barão do Rio Branco (Correio Paulistano, 27/05/1909: 1), de Rui Barbosa (Correio Paulistano, 23/02/1910: 3), e de outras personalidades da época, orador disputadíssimo, sempre classificado pela grande imprensa como jovem, patriota e inteligente. Foi presidente da 'Junta Acadêmica' de sua faculdade, e partícipe nos protestos sociais/estudantis contra os "Attentados do Largo S. Francisco" (Gazeta de Notícias, 26/09/1909: 1).
Ingresso na 'Faculdade Livre de Direito do Rio de Janeiro', foi destacado civilista brasileiro, presente em memoráveis discursos pró Rui Barbosa, do barão do Rio Branco e de outras personalidades da época, como orador disputadíssimo, sempre classificado pela grande imprensa como jovem, patriota e inteligente.
Destaque maior em 1909, Romulo, além de 'Bacharel em Direito', em agosto daquele ano apresenta-se como 'Redator Secretário' do jornal 'Correio do Brasil', ao cumprimentar o aniversário da folha 'Gazeta de Notícias' que transcreveu a mensagem recebida, em sua edição de 03/08/1909: 2. Em 1910, concursado, ingressa no 'Ministério Público', em Sant'Ana do Parnaíba no então estado de Mato Grosso, porém, retorna ao Rio de Janeiro, em 1911, onde permaneceu entre abril e agosto de 1911, para, em seguida se mudar para Rio Verde - Goiás, onde fundou um colégio, amplamente noticiado em almanaques da época.
Entre o tempo citado, abril a agosto de 1911, Rômulo voltou nos noticiários da imprensa carioca, primeiro, como 'Redator da Revista Faceira' (ano I nº 1, de abril de 1911), para, pouco depois, abandonar precipitadamente a capital federal, "acusado de ter abusado da inocência de uma moça, sob a promessa de casamento, desaparecendo em seguida." (A Noite, RJ, 10/08/1911: 2), com inquérito policial a correr pela 'Segunda Delegacia Auxiliar da Capital Federal', sendo então acusado e declarado foragido, para daí uma série de acontecimentos funestos.
Olga Campos, a jovem em questão, ante sua 'desonra' - critérios da época, suicidou-se, conforme ampla reportagem no estado do Rio de Janeiro: "O caso da rua Barão de Mesquita" (A Época, RJ, 20 de janeiro de 1914: 4, e, o Correio da Manhã, 16/01/1913: 1); ambas as publicações sobre os acontecimentos de 1911, exemplos aleatórios.
O professor Bellarmino Franklin Baptista, pai do Rômulo, desgostoso com os acontecimentos, suicidou-se aos 27 de maio de 1912, no edifício da 'Escola Normal da Capital - Rio de Janeiro' (O Paiz, 30/05/1912: 3); e Romulo esteve presente no sepultamento do pai, noticiado em todos os jornais da grande imprensa.
Rômulo uma das mais brilhantes inteligências de sua época, concursado e aprovado para o cargo de Juiz de Direito, no estado de Goiás, 'pronunciado pelo crime de defloramento', suicidou-se em São Paulo aos 05 de novembro de 1914, com apenas 25 anos de idade, no rumoroso e suspeito caso que ficou conhecido como o 'Suicídio no Hotel/Pensão Eiras', noticiado a exaustão pela grande imprensa, citados como exemplos o jornais paulistanos 'Gazeta' (06/11/1914: 3) e o 'Correio Paulistano' (07/11/1914: 6); e os cariocas 'O Século' (07/11/1914: 1) e o 'Jornal do Comercio' (08/11/1914: 5).

– *Até outubro de 2024, apesar de exaustivas pesquisas, ainda não localizado algum outro Romulo Baptista, em Santa Cruz do Rio Pardo, entre os anos de 1850/1950 –

3. Os primeiros times santa-cruzenses de futebol
Dentre os primeiros conhecidos clubes de futebol santa-cruzense, noticiados e documentados a partir de 1912, os 'Sport Club' de várzea: 'Santo Antonio, São Benedito, São José e o Santa Cruz'. 
Até onde alcançavam as memórias dos anos 1970/1980, o 'SC Santo Antonio' tinha seu campo próximo do Chafariz - 'do lado de lá do Ribeirão São Domingos', onde a atual Praça 7 de Setembro; o 'SC São José', nos altos da cidade - atual Bairro São José, no local ainda hoje o conhecido 'Campo de Futebol do XX de Janeiro'; o 'SC São Benedicto' [Benedito] no denominado 'Campo do Rosário', em terreno próximo da atual Praça Octaviano Botelho de Souza, conhecida desde o início de Santa Cruz do Rio Pardo como Largo do Rosário e Praça São Benedito; e o 'SC Santa Cruz', formado/organizado pelo engenheiro civil e agrimensor José Maria de Lacerda, cujo campo onde viria ser o Náutico Clube, hoje Ingá.
Reportagens pelos jornais da época comprovam os citados times:
"SPORT CLUB SANTA CRUZ
No dia 31 do mes de outubro proximo findo, ás 6 horas da tarde, no Teatro S. Luis, reuniram-se em assembleia geral os socios dessa prospera agremiação recreativa, afim de eleger a sua directoria. Esta ficou constituida pelos seguintes srs. todos eleitos por unanimidade de votos: - Presidente - dr. José Maria de Lacerda, Vice-presidente - Manoel Pereira Tavares, Director - Augusto Swenson, Tesoureiro - Bichara Elias Eid, Secretario - Francisco Antonio Ravedutti, e Juiz de Campo - João Firmo de Oliveira." (Cidade de Santa Cruz, 07/11/1912:1).
Publicação no semanário 'Cidade de Santa Cruz' (21/11/1912: 1-2), informa a outorga de 'estandarte' oferecido à diretoria do 'Sport-Club Santa Cruz' pelo dr. Pedro Camarinha, em nome do município. 
Aos 23 de março de 1913, o mesmo 'Sport Club Santa Cruz' inaugurou seu novo campo de futebol realizando partida amistosa com o elenco [ipauçuense] 'Ilha Grande Club', no qual vencedor pelo placar de um a zero 
Aos 24 de abril de 1913 o 'Sport Club Santa Cruz' é noticiado, agora numa missa que fez celebrar 'pela alma de Arthur Martins', morto por afogamento no rio Pardo (Correio Paulistano, 24/04/1913: 2), falando em nome do clube o seu presidente José Maria de Lacerda - engenheiro civil e agrimensor.
O semanário 'O Contemporaneo' cobria os principais eventos futebolísticos, anunciava convocações e publicava notas dos responsáveis. Reportagem de 1915 revela o jogo entre 'Sport Club Santa Cruz' e o 'Sport Club São Benedito', realizado no 'Campo do Rosário' - Largo São Benedito, proximidade da atual Praça Octaviano Botelho de Souza (O Contemporaneo, 08/05/1915: 2).
Os clubes possuíam, geralmente, duas equipes, '1º e 2º team' sendo o segundo para a partida preliminar e o primeiro para a disputa de fundo ou principal.
Não raramente, na ausência de adversários, os 1º e 2º times de uma mesma agremiação jogavam entre si, com reservas em comum, consoante matéria publicada pelo 'O Contemporaneo', de 08 de maio de 1915: 2, ao anunciar convocação das duas equipes do 'Sport Club Santa Cruz', para embate no dia 09 de maio, às 17,00 horas, a primeira equipe formada por 'José, Alexandre, Rocha, Ataliba Aristides, Francisco, Cruz 1, Castro, Cruz 2, Jayme e Flávio; a segunda com Castellete, Dias, Octavio, Jango, Jandyra, Totó, Cassio, Leite, Luiz, Accacio e Paulo'; e os reservas 'A. Nogueira, J. Santos e Chico'.
A chamada trazia, ainda, a observação: "Os captains pedem por nosso intermedio que todos os jogadores compareçam competentemente uniformisados".
Aos 31 de julho de 1915 novamente as equipes do 'Sport Club Santa Cruz' se enfrentaram, desta vez, em maioria, com diferentes jogadores: '1º time - José, Oscar Cyrillo, Accacio, Vieira, Dionísio, Cesar, Castro, Nino, Jayme e Cruz; 2º quadro - Castello [certamente o mesmo Castellete], Benedicto, Octavio, Flávio, Jango, Vicente, Leite, Luiz Adauto, Umberto e Paulo. As diferentes escalações demonstravam a importância do clube e não os participantes.
Havia toda importância e formalidades para os clubes de futebol. Uma reunião a realizar-se a 15 de agosto de 1915 para discutir assuntos do 'Sport Club Santa Cruz', por exemplo, foi convocada, via imprensa, pelo secretário Francisco Antonio Raveduti, por ordem do presidente da agremiação, nas dependências do 'Clube Social Tabajara' (O Contemporaneo, 28/08/1915: 3).
Imagina-se Santa Cruz, para a época, cidade pequena onde todos se conheciam e os recados facilmente repassados, até com eficiência maior que as convocações formais pela imprensa. Era, mesmo, para ninguém alegar ignorância. 
'Sport Club São Benedito', em decisão tomada pela sua diretoria, aos 23 de maio de 1920 tornou-se a 'União Esportiva': "Communicam-nos que, em reunião de hontem realizada, ficou resolvida a mudança do antigo Sport Club São Benedicto para o de União Sportiva." (O Contemporâneo, 24/05/1920: 2). 
'União Esportiva', ainda em 1920, foi noticiada para um jogo na cidade de Avaré, contra o Sport Club daquela cidade, sob direção do capitão e maestro da banda União dos artistas, 'Theodorico José Teixeira Franco - conhecido por Theodorico Franco' (Correio Paulistano, 25/09/1920: 4). A banda musical acompanhou o elenco santa-cruzense.
Aos 06 de fevereiro de 1921 publicou-se da 'União Esportiva':
"A associação 'União Esportiva' desta cidade em assembléa geral realizada no dia 3 do  corrente, elegeu para seu presidente o cidadão Avelino Taveiros, que acceitando o cargo, tomará posse na próxima reunião. – Communicação que tivemos, o 'Sport Club Operario', de Ipaussú, virá a esta cidade, com seus teams, disputar um jogo amistoso, consolidando a solidariedade existente entre essas duas associações." (Cidade de Santa Cruz, 06/02/1921: 2).
A equipe, oficialmente 'União Esportiva', já era vista e tratada como 'Associação' face sentido mais amplo que 'União', assim, Associação Esportiva Santacruzense - este último como indicativo de local e/ou procedência.
A reunião do 'União Esportiva' não foi pacífica, e a mesma folha 'Cidade de Santa Cruz' naquela edição noticiou a fundação do 'Esporte Club Juvenil S. Benedicto', sob a presidência do escrivão do 2º ofício da comarca, 'Jandyra Trench', sendo os demais diretores nomes ilustres da sociedade santa-cruzense, a exemplos do 'vice-presidente Deoclides Santos Marques, do primeiro secretário Benedicto de Andrade, o segundo secretário Santo Almara, o tesoureiro Benedicto Rodrigues do Nascimento, o orador oficial dr. Hernande Brasil, o diretor esportivo José Alves dos Santos, o juiz oficial Adolpho Totti, o 1º capitão – Godofredo Piedade, e o 2º Capitão - Manoel Roque da Silva' (Cidade de Santa Cruz, 06/02/1921: 2).
O avareense Jandyra Trench, o terceiro grande nome influenciador de esportes em Santa Cruz do Rio Pardo, em 1915 jogava pelo 'Sport Santa Cruz', e, enquanto residiu no lugar, seu nome sempre esteve ligado às diversas agremiações e práticas esportivas, não apenas no futebol. Jandira e José Maria de Lacerda, sem dúvidas se conheceram nos tempos em que, juntos, se dedicavam aos desportos santa-cruzenses.
Jandira fez-se lembrado também em Penápolis - SP e seu nome dado ao 'Recinto de Exposições' daquela localidade, onde trabalhou como escrivão interino no fórum daquela comarca (DOSP, 01/12/1929), e prefeito municipal eleito - administração de 01/01/1952 a 31/12/1955 (Prefeitura de Penápolis: Galeria de Prefeitos).
'União Sportiva', em 31 de dezembro de 1922, recebeu a equipe de Avaré para um amistoso de fim de ano:
"(...). De trem especial chegaram os jogadores de Avaré, acompanhados dos membros da diretoria, sendo recebidos nesta estação pela banda de musica 'União dos Artistas' e hospedados na 'Pensão Moraes'.
O jogo foi iniciado ás 16 horas, com grande enthusiasmo e enorme assistencia. Da bancada, o jovem poeta Hermes Rolando dirigiu uma breve saudação aos nossos visitantes." (Cidade de Santa Cruz,  07/01/1923 - gentileza do acervista Edilson Arcoleze Ramos de Castro).
O time santa-cruzense foi vitorioso, por dois a zero, e o time avareense retornou de trem à cidade de origem. 

As dificuldades financeiras assolavam os pequenos clubes, precisando sua diretoria, quase sempre, arcar com as despesas de seus atletas, e, até estes mesmos auxiliavam os seus clubes com contribuições, e, então, literalmente pagava-se para jogar. Muitos clubes não iam adiante.

O futebol interiorano - geralmente formado por pequenos clubes, apenas ganhou incentivo maior a partir dos anos de 1930, quando o 'Governo Vargas' promoveu decretos e leis de amparos aos trabalhadores, com inclusões das classes não abastadas ao convívio social, pelo esporte e lazer, destacando-se o futebol como forma interativa entre as diversas classes de trabalhadores.

A exemplo de outras grandes empresas, a Estrada de Ferro Sorocabana aderiu à onda propagada, incentivando cada companhia sua, ou onde as gares, organizar times de futebol que promoveriam disputas entre si, com a vantagem da locomoção gratuita.

Em Santa Cruz do Rio Pardo tornou-se conhecido o time ferroviário, '7ª Companhia', mais voltado para disputas entre as gares [estações] estabelecidas, como  Bernardino de Campos e Ipaussu, pouco depois Chavantes e Ourinhos, Salto Grande, Ibirarema, Palmital, Assis, Paraguaçu Paulista e adiante, chegando até Presidente Epitácio, formando a imensa 'Zona Sorocabana', desde Botucatu, que, se rivalizaria com a Noroeste - Bauru, e a Paulista - Marilia. 

No ano de 1931 anunciava-se a formação de um novo time de futebol santa-cruzense:
"Está fundado mais um clube de futebol nesta cidade – Commercial F.C. – constituido de elementos esforçados e modestos, sem o rotulo de figurões.
A primeira directoria foi eleita na assembléa da fundação do club, dia 25 deste mez [25 de maio de 1931], ficando constituida da seguinte maneira: Presidente – Theophilo J. de Queiroz; Vice Dr. J. de Queiroz; Secretarios – Clovis Carvalho e Pedro Catalano; Thesoureiros – prof. Abilio Fontes e José Osiris Piedade; Orador Dr. Braz di Francesco. Commissão Fiscal – Fco. Villas Bôas, A. Dalmatti, prof. Mario Gualberto Camargo e Ricardo Campbell – Commissão Syndicancia, Humberto Magdalena, Olavo Madureira, A. Pelligrini e Jacomo Olivatt[i] – Commissão de Esportes - João M Filho, Americo Roder, José Felix e Elias Saliba. Director Esportivo – prof. Albino Mello Oliveira.
O campo de esportes do novo Club acha-se localisado em terreno visinho às praças de esportes da A.O. [Associação Operária] Santacruzense e A.A. [Associação Atlética] Santacruzense.
Está sendo preparado convenientemente, apresentando aspecto muito promissor e em breve se tornará, tambem, numa praça de esportes digna de fazer jús ás demais existentes nesta cidade." (A Cidade, 31/05/1931: 4).
Prenunciava-se uma grande equipe, todavia, apesar da estrutura, o clube foi extinguido ainda na década de trinta, e seu campo esportivo reformado e ocupado, por algum tempo, pela 'Associação Atlética Santacruzense', conforme consta num mapa urbano de Santa Cruz do Rio Pardo dos anos de 1940 (APESP, Protocolo S.E.G 2030: 19/11/1950).
Outros clubes de várzea foram notórios em Santa Cruz do Rio Pardo; alguns tiveram apoios políticos e receberam verba pública para custeios e manutenções. Os 'Esporte Club [EC] Cruzeiro' 'Esporte Clube Vinte [XX] de Janeiro', forças tradicionais do futebol local, constaram na relação de entidades inscritas para recebimento de auxílio do Governo do Estado, de acordo com anexo à Lei 8.099, de 07 de abril de 1964 (DOSP, 09/04/1964).
O 'XX de Janeiro' tinha influência política local; em 1960 o governo municipal Onofre Rosa de Oliveira, pela Lei nº 104, de 1º de dezembro de 1960, doou-lhe terreno - área de 10.710 metros quadrados para "construções das dependências necessárias ao funcionamento (...)."
Na história do XX de Janeiro consta uma mulher, Anna Maria Cotrim Monteiro "Presidente do time de futebol do Bairro São José, o 'Esporte Clube XX de Janeiro'-" (Debate, 30/01/2011, Anna, a pioneira, por Sonia Maria Monteiro - Seção Cartas), a saber que a mesma Anna, conhecida festeira na Comunidade do Bairro São José, e, também, a primeira mulher a disputar vaga na Câmara Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo.
Outros tantos times de futebol foram celebrizados em Santa Cruz do Rio Pardo, alguns documentados, outros não, e aqueles de formação rápida - 'catação'. Muitos jogadores marcaram época, provocavam discussões comparativas, e carregavam adjetivos que os identificavam, por exemplos: 'Luiz Lorenzetti - o 'Infalível', goleador e, para muitos, o melhor jogador santa-cruzense de todos os tempos; o zagueiro Sylvio era o 'Pé de Ferro'; Benjamin tinha o apelido de  'Duro"; Marcello, o 'Ventania'; e Prado, o 'Incansável'.
Os autores eximem-se de qualquer polêmica ou responsabilidades, por colocar alguns nomes omitindo outros. Prado, jogador, não tem nenhum grau de parentesco conhecido com os autores, e os apanhados, sem paixões, foram através de jornais da época (CD: A/A). 
De todos os times de futebol local, três deles, as Associações 'Atlética, Operária e Esportiva' se destacaram e tiveram seus nomes noticiados na imprensa local, regional e estadual.

3.1. Associação Atlética Santacruzense - AAS
Também conhecida como 'Atlético Santacruzense', surgiu nos anos de 1920, amplamente noticiada pelo hebdomadário santa-cruzense 'A Cidade', a exemplo do jogo ocorrido em Ourinhos, em que a 'AAS' ganhou do Operário daquela cidade, pelo placar de três a zero (A Cidade, 21/03/1923 - gentileza do acervista Edilson Arcoleze Ramos de Castro).
Meses depois a folha 'A Cidade' (29/04/1923) trouxe o resultado da eleição da nova diretoria da Associação Atlética Santacruzense, realizada aos 15/04/1923: 
"Jandyra Trench, presidente; José Pelegine, vice-presidente; Luiz Octavio de Souza, 1º Secretario; Romario Alves da Silva, 2º Secretario; Augusto Totti 1º Thezoureiro; José Amorim Ribeiro 2º Thezoureiro; Theophilo Queiroz 1º Director Esportivo; Marcello Lorenzetii, 2º Director Esportivo; Dr. HernandeBrasil, orador. A posse da Directoria será á 1º de Maio p. vindouro." (Gentileza de Edilson Arcoleze Ramos de Castro).
Sempre 'A Cidade', agora na edição de 06/05/1923: "Realiza-se hoje ás 16 horas, no campo da Associação Athletica Santacruzense, uma partida de futebol entre um combinado organizado pelo Snr. José Rios, com a denominação =Almofadinhas= e o 2º team da Associação." (Edilson Arcoleze Ramos de Castro).
Noutra publicação (A Cidade, 17/11/1923: 2), a informação: "Amanhã [18/11/1923] pelo trem das 8 e 10 seguira com destino a Ourinhos, afim de encontrar-se em um match amistoso com o Clube 'Ourinhense, 1º quadro do Athlético Santa Cruz."
Publicações outras, exemplos aleatórios, indicam a 'AAS' em plena atividade em 1924:
-Jogo contra o Clube Santos Dumont, time da capital (A Cidade, 26/04/1924: 6);
-Disputa com equipe da Vila América de São Paulo (A Cidade, 10/05/1924: 4);
-Excursão a Tietê - SP, para o jogo contra o Tietense (A Cidade, 24/05/1924: 2);
-Jogo em Tietê jogo contra o Clube Comercial (A Cidade, 07/06/1924: 2).
A 'AAS' era, portanto, um time consolidado com diretoria organizada desde os anos de 1920, cuja oficialização documental, por exigência legal para recebimento de subvenção pública, ocorreu aos 31 de março de 1930:
"Realizou-se dia 31 p.p. a assembléa da fundação do 'ATHLETICO SANTACRUZENSE', sociedade esportiva para a pratica do futebol nesta cidade. Perante grande numero de esportistas deu-se a installação da mesa que deveria presidir os trabalhos e em seguida precedida a eleição da 1ª directoria. Foi, então, apresentada u'a moção, por um grupo de esportistas, pedindo fosse dispensada a eleição e se acclamasse a seguinte directoria:
Presidente - Cap. Avelino Taveiros, Prefeito Municipal e director da Escola Normal; Vice-presidente - Prof. Dario Queiroz, Inspector - fiscal da Escola Normal; 1º e 2º secretários - Prof. Mario Gualberto de Camargo, director do Grupo Escolar e Braulio França Mello; 1º e 2º tehsoureiros - José Rocha e José Rios Massa.
Commissões de esportes: - Joaquim Monteiro, Turreno Scuccuglia e Pedro Catalano.
Comissão Fiscal: - Agenor de Camargo, Dr. José Carqueijo e Benedicto Carlos da Silva".
Consultado pela mesa, todos presentes apoiaram a indicação, ficando assim constituida a 1ª directoria do ‘Athletico Santacruzense’, lavrando-se a respectiva acta." (A Cidade, 06/04/1930: 1).
Pelo mesmo semanário 'A Cidade', consta que aos 02 de abril de 1930, aconteceu a assembleia para posse da diretoria da 'Associação Atlética Santacruzense' e, entre as praxes e discursos transcritos na respectiva ata: 
"Nada mais havendo, foi encerrada a sessão, tendo antes, o Sr. Presidente cap. Avelino Taveiros communicado haver conseguido o terreno necessário para a construcção dum novo campo de futebol, o qual, deverá ser num dos terrenos do Sr. Joaquim Paulino, nesta cidade, que gentilmente não se recusou a emprestar assim o seu concurso aos esforços dos esportistas locaes".
O terreno cedido localizava-se na chácara do 'Joaquim Paulino', esquina atual das avenidas Coronel Clementino Gonçalves e Joaquim de Souza Campos, nas proximidades onde agora a 'Organização Pimentel de Educação e Cultura', e a municipalidade muito contribuiu, com "adhesão de 2:000$000, fóra outros favores já concedidos louvavelmente." (A Cidade, 24/08/1930: 1).
A primeira crise da Associação surgiu logo, com o resultado adverso da 'Revolução de 1930', desfavorável a Santa Cruz, necessitando a entidade reorganizar-se, aos 11 de novembro de 1930, com nova diretoria, pois os principais nomes foram afastados da vida pública.
Independente da destituição dos políticos locais pela 'Revolução de 1930', a palavra empenhada para a construção do campo de futebol para a 'Associação Atlética Santacruzense' foi mantida, assim como os gastos da municipalidade, e o estádio inaugurado aos 07 de junho de 1931, com torneio eliminatório entre equipes da região e a renda revertida para obras do 'Hospital Santa Casa' (O Trabalho, edição de 07/06/1931: 2).
O semanário 'A Cidade' (31/05/1931: 4), reportando os acontecimentos, descreveu o estádio:
"O campo é todo fechado de madeira, caprichosamente cercado, com aspecto sóbrio e elegante. A fachada principal é mais imponente. Mais alta, traçada symetricamente, de forma vistosa.
Ha duas entradas para o campo, aos lados, e ao centro um portão grande para vehiculos além das 2 bilheterias.
Interiormente a vista geral é magestosa area grande, ampla.
O recinto destinado à pratica do futebol, isto é, o campo propriamente dito, possue as dimensões estabelecidas pelo regulamento da A.P.E.A. [Associação Paulista de Esportes Atléticos, atual Federação Paulista de Futebol]. Separa a assistencia dos jogadores em toda a extensão do campo, um gradil caprichosamente assentado, solido e vístoso, formado por ripas de madeira colocadas verticamenete, escoradas por palanques fortes e presas em travessas horizontaes tambem de madeira.
Num dos lados do fundo o espaço é maior, bem disposto, de forma a comportar os automoveis estacionados e permittir sejam manobrados á vontade.
Cogita, ainda, a actual directoria, construir uma confortavel archibancada, bem talhada e nos moldes às que existem nos bons campos de futebol. Isso, porem, não será já e já, mas, estamos certos, muito em breve será uma realidade victorisosa.
Finalmente, logo à entrada dessa bella praça de esportes, na parte interna, foi construido um optimo reservado, bem alto, de sorte a permittir aos convidados especiaes, autoridades etc. ficarem em boa posição para assistirem ao desenrolar dos jogos sem importunação alguma.
Extrafutebol, aos 31 de outubro a 'Associação Atlética Santacruzense' sofreu grande abalo noticiado pela grande imprensa, sobre o assassinato em sua sede, a facada, de José Dalmatti - redator do 'Santa Cruz Jornal', pelo cirurgião-dentista Christalino Rodrigues da Silva (Correio Paulistano, 07/11/1931: 11). A sede, na época, situava-se na Praça da República, local onde aos 22 de dezembro de 1931 ocorreu reunião para preenchimento das vagas para o Conselho Deliberativo de Clube (A Cidade, 22/12/1931: 4).
A sede da Associação seria transferida, depois, para a Praça 13 de Maio - atual Octaviano Botelho de Souza.
Em 1935 a Associação, reorganizada aos 11 de novembro de 1930, publicava o extrato de registro estatutário (DOSP, 22/06/1935), informando o objeto:
"Proporcionar aos seus associados toda sorte de exercicios esportivos e ao ar livre, especialmente futebol, remo, natação, polo aquatico, tennis, bola, jogos licitos, jogos de salão, leitura de livros, revistas e jornaes, promover festas esportivas entre os associados, ou com o concurso de outras sociedades, cobrar entradas a estranhos, quando estas festas tiverem caracter publico, promover reunião intima das familias".
A mesma publicação trouxe a identificação da diretoria: 'Joaquim Gomes Reis - presidente; vice, Horacio Mazzante; 1º secretario, Benedicto Peixe; 2º secretário Basilio Maciel; compondo a equipe dirigente os senhores Roberto Kune, Francisco Tavares, Octacilio Bueno, Domingos Scuccuglia e José Rios Massa'.
No ano de 1940 a sede social da 'Associação Atlética Santacruzense', localizada à Praça 13 de Maio - hoje Octaviano Botelho de Souza, cujo campo de futebol assentado na esquina das avenidas Clementino Gonçalves e Joaquim de Souza Campos, ambos são transferidos para onde a outrora sede esportiva e campo de futebol do extinguido 'Comercial Futebol Clube', desde 1931, situado no terreno aos fundos da Escola Leonidas do Amaral Vieira, nas junções das conhecidas vias públicas Euclides da Cunha, Simão Cabral e Avenida Coronel Clementino Gonçalves, com entrada pela agora 'Praça Coronel José Eugenio Ferreira' (APESP, Mapa Municipal Urbano de Santa Cruz do Rio Pardo, Acervo/Protocolo S.E.G 2030: 19/11/1950).
Este era o local próximo onde prefeito Leonidas Camarinha (1938/1946) pretendia o estádio municipal de futebol, de acordo com o pacote desapropriatório de terras de Joaquim de Souza Campos:
"Decreto-Lei Municipal nº. 12, de 20 de dezembro de 1940. (...) sobre desapropriação de um terreno necessário à construção de um Parque Infantil e do Estádio Municipal." (A Cidade, 29 de dezembro de 1940: 2).
Leonidas Camarinha pensava num 'time de futebol municipal', vinculado à sua política, com isto, em 1945 intentar a fusão das 'Associações - Atlética Santacruzense, Operária Santacruzense e União Esportiva' para a formação de nova força futebolística. 
A reunião de diretorias ocorreu num celebre encontro em janeiro de 1945, entre as partes interessadas, com aprovação da unificação das entidades esportivas, sob a denominação 'Associação Esportiva Santacruzense' (A Cidade, de 14 de janeiro de 1945: 1-2).
Parte da 'Associação Atlética Santacruzense' fez-se dissidente da decisão em formar um único clube na cidade, e, assim, reorganizou-se aos 20 de março de 1945 e fez editar extrato de seu estatuto (DOSP, 29/07/1945), transferindo seu campo esportivo e sede para próximo do rio Pardo, ao lado do Clube Náutico (Jornal de Notícias, 28/12/1947: 6) - atual Ingá. 
Ainda que dissidente, a 'AAS' continuou a receber subvenção pública, conforme publicação oficial (DOSP, 21/12/1954), com continuidade até 1964, constando no rol anexo à Lei Estadual nº 8.099, de 07 de abril daquele ano. Como time de futebol brilhou em campeonatos amadores regionais, por zonas, com expressivas vitórias nos anos 1948/1950, entrando em declínio a seguir, com revezes seguidos e alternados com bons resultado contra equipes inexpressivas, até sua saída do cenário futebolístico em 1964. 
A 'AAS' teria sido extinguida em 1964 - assim lembravam as tradições, no entanto, ei-la ressurgida em 1973, numa publicação de extrato de estatutos (DOSP, 08/05/1972: 45), informando que a mesma não poderia ser dissolvida enquanto nela ativos, pelo menos, vinte sócios, os quais existentes e mantidos, e, se tal ocorresse, havendo saldo financeiro o mesmo seria encaminhado a uma ou mais instituição beneficente, e seus troféus ao museu municipal ou organização similar. 
A 'Associação Atlética Santacruzense', portanto, estava regularizada, conforme seu [novo] estatuto, de 25 de abril de 1973, feito publicar pelo seu presidente Alceu da Silva Cezar, e. desta maneira, em condições de receber verba pública para sua manutenção quanto às finalidades.
Publicação (DOSP, 05/02/1975: 55) trouxe a 'AAS' no rol de entidades beneficiadas com auxílios e subvenções municipais - exercício de 1971, proibida de novos recebimentos, por não prestar contas da respectiva aplicação, e, ainda não localizados documentos que a possam atestar favorecida de outros repasses públicos posteriores e até quando.
Em 2004 buscou-se: "Ação Supressão de Documento cc. Declaratória de Reativação de Associação Atlética Santacruzense." (D.O.E. Poder Judiciário/SP, 16/02/2004 - Caderno 3: 501; e 14/06/2005 - Caderno 3 parte II:  109, entre outras publicações), assunto, a juízo, extrafutebol e, desta maneira, sem interesses para o objeto deste capítulo.  

3.2. Associação Operária Santacruzense - AOS
Os dois principais times santa-cruzenses, 'Atlético e Operário', entre 1931/1945, disputavam amistosos pela região; enquanto um ia jogar fora o outro recebia equipe visitante, e os jornais locais/regionais davam amplas coberturas aos jogos, de mais de uma página descrevendo os principais lances, destaques entre os jogadores, opiniões das torcidas e sobre os juízes. Também jogavam entre si partidas beneficentes, voltadas para as instituições locais, além do 'pega anual' em partidas melhor de três para saber o campeão do ano, ou seja, o melhor time da cidade.
Já descrito sobre a 'Associação Atlética Santacruzense', cumpre, de maneira igual, discorrer sobre a 'Associação Operária Santacruzense' que administrava o time de futebol de igual nome, também conhecido como 'Operário', que, para alguns, teria surgido na mesma época que o 'Atlético', aliás, ambas equipes formadas para a rivalidade esportiva local, embora até o momento, nenhum documento possa atestar o seu surgimento nos anos 1920, ao contrário do rival 'Atlético'.
A organização do 'Operário', pelo que se sabe - ano referência 2020, não antecede a 1930, já com campo de futebol instalado, para mando de partidas, num terreno cedido por Victório Ferrazinni e sua mulher Antonieta Cabral, na Vila Sidéria, onde hoje o Estádio Leonidas Camarinha.
Como primeira notícia esportiva sobre o 'Operário', o hebdomadário 'O Trabalho' noticiou uma tarde futebolística ocorrida aos 31 de maio de 1931, no seu campo - 'Associação Operária Santacruzense', na Vila Sidéria, entre a referida 'Associação e a Ourinhense Futebol Clube', onde "não obstante o Operário estivesse desfalcado de dois de seus melhores elementos, o campeão local conseguiu vencer o seu forte adversario na contagem de 3 a 2. Na preliminar tambem venceu os locaes na contagem de 3 a 0" (O Trabalho, 07/06/1931: 2). 
O mesmo semanário, na ocasião referiu-se ao 'bello campo da Vila Sidéria', da 'Associação Operária Santacruzense' - atual 'Estádio Municipal Leônidas Camarinha', e o
 time, pré-existente, já era carinhosamente chamado de 'tricolor santacruzense'.
Ainda em 1931, o jornal 'A Cidade' - edição de 10/12/1931: 2, anunciou reunião da 'Associação Operária Santacruzense' - assembleia geral, para eleição da nova diretoria e comissões em 28 de dezembro do mesmo ano, em sua sede, interina, à rua Conselheiro Dantas nº 809, posteriormente transferida para a antiga Praça da República, atual Deputado Leonidas Camarinha. O informe permite pressupor uma primeira diretoria do clube em dezembro de 1930.
Aos 17 de janeiro de 1932, o 'Operário', em seu campo na Vila Sidéria, ganhou do 'Atlético' pelo placar de três a dois, num jogo polêmico, com um gol do 'Atlético' anulado pelo juiz (A Cidade, 24/01/1932); a partida foi beneficente, cuja renda para as obras da Santa Casa e da Confraria São Vicente de Paulo. 
Em fevereiro de 1932, o 'Operário' bateu o time 'União Operária de Avaré', em Santa Cruz (A Cidade, 28/02/1932: 4), evidenciando sua força e a propagação regional do futebol.  
Pelo campeonato local de 1932, numa série de três partidas entre o Operário e o Atlético, o Operário perdeu a primeira partida no dia 1º de maio, e ganhou a segunda no dia 08 de maio e a terceira em 15 de maio, para sagrar-se equipe campeã santa-cruzense - 'Taça Bandeirantes', mas a 'Associação Atlética' frustrou-lhe o título, trazendo para a cidade a poderosa equipe paulistana, 'Argonautas Futebol Clube', para uma série de amistosos com times da região, a partir de 21 de maio de 1932, valendo-se do campo da Associação Atlética Santacruzense:
"A valorosa entidade esportiva local, A. Athletica Santacrusense, acceitou as propostas que lhe foram feitas pela valorosa e pujante associação esportiva da Capital, Argonautas F. Clube, pertencente a divisão Municipal da APEA, onde conseguiu destacada posição.
Assim por todo este mez, na 'cancha' dos rubros, dar-se-á a mais bella e empolgante batalha pébolistica, pois o conjuncto visitante além dos ‘players’ valorosos que possue, trará, integrando-o astros de primeira grandesa de futebol paulista, que nesta cidade pela primeira vez, farão exhibição de technica'.
Por um requinte de gentilesas a direcção da poderosa agremiação esportiva da Capital, offerecerá aos vencedores onze bellissimas medalhas e uma rica taça.
Eia, avante Santacrusenses". (O Trabalho, 18/05/1932: 2, significando APEA: Associação Paulista de Esportes Atléticos, atual Federação Paulista de Futebol).
Assim era a rivalidade entre as duas equipes que dividiam palpites e opiniões dos santa-cruzenses, em calorosas discussões, inflamadas até, que aguardavam revides no jogo seguinte. Se as torcidas eram fanáticas, defendendo suas cores, as diretorias mantinham cordiais relações que seriam, no entanto, rompidas em 15 de julho de 1935, e nenhum jogo disputado entre as equipes até 1937.
A confusão iniciara-se no dia anterior, quando a 'Associação Atlética' foi batida em seu campo, por dois a um, pela equipe visitante 'Garça Futebol Clube'; e, na data seguinte, a mesma equipe de Garça, pela manhã, convencida, enfrentou o 'Operário' e perdeu por um a zero (A Cidade, 21/07/1935: 4).
A despeito do cansaço e das condições do time adversário, o tripudio dos torcedores do 'Operário' sobre os atleticanos envolveu as diretorias, numa crise sem precedentes entre os clubes, rompendo entendimentos campo e extracampo, um não jogava mais contra o outro, e assim permaneceram por dois anos.
De 1935 a 1937 estavam cessadas as grandes disputas entre a 'Associação Atlética Santacruzense' e a 'Associação Operária Santacruzense', até prevalecer a esportividade e o bom senso em agosto de 1937:
"O Athletico e o Operario medirão forças, dia 29 do corrente.
O futebol santacruzense terá novamente os seus dias de glória, revivendo as memoraveis partidas desenroladas nos campos desta cidade.
Depois de um prolongado afastamento, novamente os velhos rivaes da cidade, Associação Athletica Santacruzense e Associação Operaria Santacruzense conseguiram entrar em entendimentos honrosos, ficando assentado que esses clubs alinharão seus esquadrões, no próximo dia 29, no campo da Chacara Joaquim Paulino na primeira disputa da série 'Melhor das Trez'.
Dizer-se da grande expectativa em torno desse esperado encontro, é tarefa difficil. Ambos os quadros estão em completa forma. Entrarão em campo, perfeitamente compenetrados da grande responsabilidade assumida pelas Directorias e serão os defensores disciplinados de suas cores.
Nada poderá deslustrar o brilho invulgar da partida do proximo dia 29.
Para isso, os directores do Operário e Athletico, em reunião realizada quinta-feira, entraram em perfeito accordo, resolvendo todos os pontos e idéias que apresentaram.
Para a partida do dia 29, no campo do Athletico, actuará o snr. José Patrocinio, digno director esportivo daquella Associação e veterano do futebol santacruzense. O 2º jogo, a realizar-se dia 5, no campo do Operario, será actuado pelo snr. Romeu Rodrigues, esforçado treinador do quadro tricolôr.
Grande é a animação que reina no meio esportivo. O Athletico e Operario farão novamente Santa Cruz voltar aos seus dias de gloria, revivendo, naquellas tardes, as memoraveis partidas desenroladas em outros tempos.
Esperemos. (A Cidade, 15/08/1937: 4).
O 'Operário' era força esportiva consolidada em 1940, com bom campo de futebol e sua sede social, antes na rua Conselheiro Dantas, então transferida para a Praça da República - atual Deputado Leônidas Camarinha, mencionado em 1940 quando da eleição de sua diretoria e elegidos os senhores: "Presidente: Nazareno Escolástico; Vice, Fernando Cesar Junior; 1º Tezoureiro, Benedito P Tavares; 2º João Fleury; 1º secretario, José de Paula Assis; 2º Renato Taveiros; Orador, Eça Taveiros" (A Cidade, 03/02/1946: 3).
A 'Associação Operária Santacruzense' recebia subvenção pública. O 'Conselho Administrativo do Estado de São Paulo', ao aprovar o Parecer nº 1.694 (DOSP, 17/10/1943), referente ao 'Projeto [Municipal] de Resolução nº 1582 de 1943', condicionou-lhe repasses mediante prova de seu registro na 'Diretoria de Esportes', condição satisfeita.
No entanto, no início da década de 1940, profundas modificações à vista para o 'Operário', que também atingiriam o rival 'Atlético', prenunciado com a chegada de Leonidas Camarinha ao poder municipal (1938/1946), com nova visão política para o futebol santa-cruzense. Naquele ano, talvez pouco antes, o prefeito entendera o binômio: 'o uso político do esporte e o uso da política pelo esporte', visando o futebol santa-cruzense unificado para o profissionalismo, ou seja, um só time representando o município, vitaminado com dinheiro público. 
O alcaide acenara isto em 1940, ao editar o Decreto-Lei Municipal nº 12, de 20 de dezembro de 1940 "sobre desapropriação de um terreno necessário à construção (...) do Estádio Municipal" (A Cidade, 29 de dezembro de 1940: 2), de propriedade de Joaquim de Souza Campos, onde um campo de futebol desde 1931, a título precário, primeiro ocupado pelo Comercial Futebol Clube até sua extinção, e, depois, pela Associação Atlética.
O passo seguinte foi a tentativa de se concretizar, através de uma reunião entre as diretorias da 'Associação Operária Santacruzense, Associação Atlética Santacruzense e União [Associação] Esportiva [Santacruzense]', visando a unificação entre os  principais times de futebol local, para a formação de nova força, a 'Associação Esportiva Santacruzense'. 
Assim decidido, o 'Operário' encerrou de vez suas atividades esportivas, repassando suas cores e campo cercado à 'Associação Esportiva Santacruzense' (A Cidade, 20/01/1946: 3). 
A decisão do clube facilitou os planos de Camarinha, mesmo o Atlético não cumprindo, por dissidência interna, o compromisso de 'acabar' com o seu time.

3.3. Associação Esportiva Santacruzense - AES
Segundo relatos, desconhecendo a história:
"A Associação Esportiva Santacruzense foi fundada em 1931, por um grupo de funcionários da extinta Estrada de Ferro Sorocabana que trabalhava na cidade de Santa Cruz do Rio Pardo. A 'Locomotiva', como apelidada, disputou sua primeira competição oficial, profissional, em 1954, no Campeonato Paulista da Terceira Divisão (atual Série A3), onde permaneceu até 1958. Neste meio tempo, em 1956 [ano referência 1955], o clube alcançou sua melhor classificação em uma competição até então: o vice-campeonato." (Federação Paulista de Futebol – FPF/Associação Esportiva Santacruzense).
Nenhum documento atesta o histórico acima.
Não era versão unânime:
"A Associação Esportiva Santacruzense foi fundada no dia 25 de janeiro de 1935 por um grupo de atletas amadores da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo. O objetivo era competir com outras agremiações do município. Com o passar do tempo o clube foi conquistando o carinho dos torcedores e se tornou o time oficial da cidade." (Associação Esportiva Santacruzense - AES: História - CD: A/A).
A despeito de tal informação figurar na oficialidade da AES, nenhuma documentação localizada, e, por não constar em notícias esportivas santa-cruzenses, entre os anos 1930 a 1944, essa sua origem deve ser descartada.
Sem comprovações documentais apresentadas, não existia nenhum consenso quanto a origem e data de formação da 'Associação Esportiva Santacruzense', até quando a localização de uma publicação jornalística de 1945 informando:
"Associação Esportiva Santacruzense
Sob os melhores auspicios está sendo reorganisada a A. E. S., lider do futebol em nossa terra, legitima e tradicional expressão do nosso nome esportivo. Os antigos associados do clube juntamente com um pugilo de outros esportistas de bôa vontade tomaram o encargo de reorganisar o clube aproveitando todos os bons elementos que militavam antigamente no 'Operario e Atletico' e num laço de fusão surge a  nova Associação com um programa novo e com novas diretrizes. É grande o entusiasmo. Os elementos são valorosos dos quais muito se pòde esperar, portanto, é justa a confiança de todos no ressurgimento do nosso futebol de alta classe.
No domingo p.passado realizaram-se as eleições da Diretoria que irá dirigir a A.E.S. no corrente ano, ficando constituida da seguinte fórma:
-Presidente - Cleophano Mota; vice - Carmelo Comegno; 1º secretario - Xisto Rios; 2º [secretario] Cornelio Campbell; 1º tesoureiro - Dante Saleme; 2º [tesoureiro] Arlindo Luiz Pereira.
-Comissão de Sindicancia - Sebastião Marques de Oliveira; João Fleury e Cristovam Perez.
-Comissão Fiscal - Italo Balielo, Manoel de Campos e Benjamim Benedito de Oliveira.
-Consultor e Orador social - Pedro Catalano.
A Diretoria deverá tomar posse hoje às 14 horas na séde social A Praça da Republica, após irá iniciar as suas atividades com empenho e orgnisará o regulamento interno, os quadros de amadores de futebol, escolherá os diretores esportivos e o treinador, recorrendo a elementos capazes e de bôa vontade e que satisfaçam plenamente aos interesses da Associação e sejam bem colhidos por todos." ('A Cidade', 14/01/1945: 1-2). 
A publicação, já à primeira vista aponta preexistência de outro plantel futebolístico local, que não a 'Associação Operária Santacruzense' nem a 'Associação Atlética Santacruzense', posto identificado pela sigla 'AES', que seria, por assimilação, 'Associação Esportiva Santacruzense', a tratar-se de clube reorganizado, na época, cuja diretoria também presente na citada reunião.
Ora, na história do futebol santa-cruzense, desde sua implantação em 1908, apenas um clube carregou a identificação 'Esportiva Santacruzense', como era conhecido desde 23 de maio de 1920 o 'União Sportiva', cujo nome primitivo 'Sport Club São Benedito' surgido nos idos de 1908/1912. 
A fusão entre as 'União Esportiva Santacruzense, a Associação Atlética Santacruzense e Associação Operária Santacruzense', em janeiro de 1945, deram origem à 'Associação Esportiva Santacruzense', identificação que titulou a matéria publicada pelo jornal 'A Cidade', edição de 14 de janeiro de 1945.
Houve dissidência na 'Associação Atlética Santacruzense', quanto a decisão tomada pela diretoria, e o time de futebol, com nova diretoria e reorganização estatutária de 1945, continuou com o mesmo nome e campo a disputar jogos amadores na cidade e região, inclusive participando de campeonatos oficiais; depois transferiu seu campo para próximo do Clube Náutico.
Já a 'Associação Operária Santacruzense' encerrou atividades, seu uniforme tricolor foi adotado pela Associação Esportiva Santacruzense, inclusive o seu estádio [campo] de futebol.
Do 'União Sportiva Santacruzense', com esse nome, nada mais se ouviu após 1944.
No ano de 1946 a 'Associação Esportiva Santacruzense' aparece disputando o 'Campeonato [Amador] de Futebol do Interior', citado pelo 'Diário da Noite' (10/06/1946: 5), rivalizando-se com a 'Associação Atlética Santacruzense'.
Em 1948, disputante do 'Campeonato Amador de Futebol do Interior' [paulista], a 'AES' era equipe de futebol consolidada e recebia subvenções do Estado de da Municipalidade, conforme sucessivas publicações de atos oficiais (DOSP, 20/11/1948 - em exemplo), em atendimento às constantes reivindicações do deputado Leônidas Camarinha.
Em 03 de abril de 1949, numa tarde chuvosa, a 'Esportiva' enfrentou o 'Sport Club Corinthians', cuja delegação chegou de avião como pré-inauguração do aeroporto local. O placar foi de 4 a 2 para os visitantes (Jornal de Notícias, 05/04/1949: 10).
A 'AES' desde sua reorganização ocupava o estádio na Vila Sidéria, o mesmo desde os tempos da 'Associação Operária Santacruzense', sob forma de arrendamento, até 1950, quando a notícia: "A Esportiva acaba de adquirir o terreno de sua praça de esporte localizada na Vila Sidéria e já passou, segundo a mesma fonte, a necessária escritura." (A Cidade, 08/01/1950: 1). O imóvel pertencia a Victório Ferrazinni e sua mulher Antonieta Cabral.
A nota trazia outras novidades da 'Esportiva Santacruzense', sob a presidência de Lucio Casanova Neto, como a reforma do gramado, o cercado em torno do campo – alambrado e outros serviços, cumprindo exigências da 'Federação Paulista de Futebol'.
Em 1950 o estádio já tinha a denominação 'Leônidas Camarinha', e a 'AES' preparava-se para disputar campeonato pela 'Federação Paulista de Futebol (A Cidade, 08/01/1950: 3):
"Senão vejamos: Para o campeonato de 1950 sabe-se que a Federação Paulista de Futebol não permitirá que os clubes filiados disputem o certamem sem cumprir as exigencias que determina o Regulamento da entidade maxima paulista, quais sejam, entre outras, cercamento da praça de esportes de ‘propriedade do clube’, por alambrado, campo gramado, dois vestiarios com chuveiros, vestiario em separado para árbitros que porventura sejam designados pelo Departamento de Juizes para dirigir prélios do torneio interiorano." 
Para a inauguração do nome do estádio 'Leônidas Camarinha' a diretoria da 'Associação Esportiva Santacruzense' convidou o 'Santos Futebol Clube' para um amistoso em 1º de maio de 1950.
Estreou em competições oficiais da 'Federação Paulista de Futebol – 3ª Divisão', em 1954 (atual Série A-3 - referência 2010). 
Em 1956 - certame referente a 1955, a 'AES' conquistou o 'Vice-campeonato Paulista da Terceira Divisão de Profissionais', perdendo para o Ituano numa série de três partidas, vencendo a primeira em Santa Cruz do Rio Pardo, por dois a zero, no entanto derrotada em Itu por um a zero, e. na final, em 01 de julho de 1956, na capital São Paulo, estádio do Pacaembu, também por um a zero (Mundo Esportivo, edições de 03/07/1956: 13 e 06/07/1956: 13), sendo tal campeonato algo comparado com a atual série A-3.
A 'Associação Esportiva Santacruzense', em 1956 sagrara-se campeão da Série A - 3ª Divisão de Profissionais, campeonato de 1955, indo para a final do estadual contra o Ituano.
O acontecimento gerou equívoco, que a AES teria sido campeã estadual em 1955/1956.
A 'AES' não brilhou nos campeonatos seguintes de 1956 a 1958 - ano em que inaugurou os refletores de seu estádio a 12 de abril de 1958, num jogo contra o São Paulo Futebol Clube. O clube, no entanto, sem condições de sustentação financeira, deixou de participar de campeonatos oficiais entre 1959 a 1961, retornando para disputar a 'Segunda Divisão' [nova categoria e igualmente correspondente à série A-3], graças ao recebimento de recursos públicos do Governo do Estado, então prática legal (DOSP, 10/12/1963: 26, das – Subvenções e Auxílios – Reajustamento Orçamentário de 1963, CR$ 100.000,00, pelo Decreto 42.719, de 03 publicado em 05 de dezembro de 1963, sobre termos do Decreto 41.173, de 12 de dezembro de 1962).
Em 1963, campeã da 2ª Divisão de 1962  foi, então, promovida para o 'Campeonato Paulista da Primeira Divisão de Futebol Profissional', onde permaneceu até 1967, para novo retorno, em 1969, na '2ª Divisão'. 
A elite do futebol, formada por grandes clubes e outros classificados em campeonatos regionais, era denominada de 'Divisão Especial'.
O título de 1962, conquistado em 1963, deixou marca indelével na história da 'AES' e de todo município. Na data de 15 de agosto de 1963, a equipe fez o penúltimo jogo do campeonato em São Caetano do Sul e venceu o time do Cerâmica por um a zero, ficando apenas a um empate do título, o que aconteceria contra o Ituverava na semana seguinte.
No jogo contra o Cerâmica alguns torcedores santa-cruzenses resolveram viajar num veículo, Kombi VW, para assistir ao jogo, quando no Km 191 da rodovia Raposo Tavares o veículo foi colhido por um caminhão matando todos os ocupantes: "Adalberto Manzo, Adelmo Morandim, Antonio Benedito Andrade, João Simão Ávila, José Antonio Biondo, José Cardoso, José Carlos de Andrade, Luiz Andrade, Otorino Sartorato e Sérgio Sartorato." 
'Associação Esportiva Santacruzense' abandonaria as competições oficiais de futebol profissional entre 1970 a 1978, retornando em 1979 na '5ª Divisão', que a partir de 1980 equivaleria à 'A-3'.
Ausente do campeonato do ano de 1981 a AES firmou-se nos anos 1982 a 1984, mas não presente em 1985.
Preparou-se para o retorno em 1986, adequando-se financeiramente, com manobra política pela Lei Municipal nº 1.045, de 06 de maio de 1986, com a passagem do 'Estádio Leônidas Camarinha' à Municipalidade, por doação da 'AES', significando a Prefeitura arcar com a manutenção e adequações daquela praça de esportes, para o campeonato e, para evitar reversão do patrimônio á doadora, a Prefeitura responsabilizou-se, outrossim, pelos encargos contraídos pela 'AES' junto ao Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, até junho de 1993, conforme outra Lei Municipal de nº 1.461, de 30 de dezembro de 1993.
Partícipe do campeonato em 1986, parada em 1987, voltando em 1988, no final do governo municipal de Onofre Rosa de Oliveira, e continuidade na Administração Clovis Guimarães Teixeira Coelho, em 1989, com interrupção em 1990.
A 'Associação Esportiva Santacruzense' voltou ao Campeonato Paulista de Futebol Profissional em 1991, 2ª Divisão, por três anos e chegar à Série A-2 em 1994.
Ausentou-se, a seguir, por quase dez anos, para regressar em 2004 - Série B-2 do Campeonato Paulista, com financiamento, em parte, pela Prefeitura no 'Governo Adilson Donizeti Mira', com repasses tidos ilegais de dinheiro público e o prefeito valendo-se politicamente do time profissional de futebol:
"Os repasses ilegais de dinheiro público à Esportiva Santacruzense começaram em 2004, quando o prefeito Adilson Donizeti passou a usar politicamente o time profissional de futebol. Na época, o presidente do time, Pedro Lombardi, foi nomeado diretor de esportes. Como a lei proíbe o repasse de recursos oficiais a clube de futebol, o prefeito elaborou leis indicando que o dinheiro seria para fomentar 'categorias de base' da Esportiva. As primeiras transferências foram pequenas, mas no ano passado o prefeito elaborou lei para entregar R$ 120 mil ao clube. Na Câmara, os vereadores aprovaram uma emenda determinando prestação de contas. Os balanços, todavia, sempre foram feitos com atraso, contrariando a própria lei do prefeito. Mas as notas fiscais que apareceram deixaram claro que havia fraude. Além de gastos com hotéis e restaurantes nas cidades onde a Esportiva jogava com o time profissional, as prestações exibiram notas de mercados indicando compra de produtos totalmente incompatíveis. Em muitas delas, o clube teria adquirido toneladas de mantimentos, entre lingüiça, carne bovina, centenas de litros de leite e óleo. Estava claro que a Esportiva não possuia sequer local adequado para armazenar tantos produtos. Recibos de técnicos de "categoria de base" também foram apresentados, com fortes indícios de fraude. Em depoimentos, o Ministério Público descobriu toda a armação." (Debate, 04/11/2007).
O presidente da 'Associação Esportiva', Pedro Miguel Lombardi, era ocupante de cargo em confiança da Municipalidade, como diretor de esportes, uma relação proibida, porque a situação de diretor de esportes lhe exigia fiscalizar prestação de contas da 'Associação Esportiva Santacruzense', da qual ele era o presidente.
Pressionado pelas denúncias junto ao Ministério Público, o prefeito determinou, tardiamente, abertura de sindicância para apurar a tal 'categoria de base', concluindo pela sua inexistência, e assim a 'AES' notificada judicialmente para devolução dos repasses (Juízo de Direito - 2ª Vara Judicial de SCR. Pardo, Associação Esportiva Santacruzense, Processo 539.01.2007.008414-6, 2007).
Em 2011, o então ex-prefeito Adilson Donizeti Mira, apresentava versão perante as autoridades, que a sindicância teve resultado por inexistência de categoria de base, e não houve interesse do clube, pela sua presidência, em defender-se.
Pedro Miguel Lombardi, 'Presidente da Associação Esportiva', ocupava concomitante cargo ad-nutum de 'Diretor de Esportes da Municipalidade', portanto na obrigação de satisfazer a vontade política de seu empregador, na sórdida forma do denominado 'capachismo'.
Para o Ministério Público em relação ao prefeito:
"A conduta revela extrema audácia e abuso de poder, desvio de finalidade e malbaratamento da coisa pública. Manter o requerido Adilson no cargo é tolerar, até o fim de seu mandato, a presença de um perigo constante ao erário que, como se sabe, após lesado, dificilmente é reparado em sua integridade”, sem se esquecer de "outras condutas ímprobas do atual alcaide." (Debate, 04/11/2007).
Em janeiro de 2008 a Associação Esportiva Santacruzense estreou no Campeonato Paulista da Série A-3, no Estádio Leônidas Camarinha "que passou por uma série de melhorias como, construção de seis banheiros femininos, instalação de corrimões nas arquibancadas, portões, pintura geral, remarcação dos números nas arquibancadas" (Semanário Oficial Município, 26/01/2008).
Dos feitos originou-se outro escândalo, sem precedentes na história esportiva do município, novamente envolvendo o Prefeito Adilson Donizeti Mira, além das acusações de repasses ilegais de dinheiro público para time de futebol profissional, com documentos fiscais extemporâneos e duvidosos, também a aquisição de arquibancada móvel num valor superior a meio milhão de reais entre aluguéis e aquisição daquele bem que se mostrou imprestável em 2010, levando à interdição judicial das arquibancadas móveis.
Assunto referente aos repasses, exercício 2006, o Tribunal de Contas do Estado concluiu irregular:
"(...) a prestação de contas apresentada, nos termos do art. 33, III, 'b', da Lei Complementar Estadual nº 709/93, e condeno a Entidade Beneficiária: Associação Esportiva Santacruzense, na pessoa de seu representante legal, à pena de devolução do valor recebido, devidamente corrigido, nos termos do artigo 36 do mesmo diploma legal, ficando, até o efetivo recolhimento, proibida de receber novos benefícios, na forma do disposto no artigo 103, da referida Lei." (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, repasses públicos, Processo nº 002480/004/07).
A sentença condenatória transitou em julgado (DOSP, 06/11/2011), e a AES não apenas perdeu direitos de receber incentivos municipais, como condenada a restituir ao cofre público os recursos aplicados irregularmente, o que fez encobrir a responsabilidade do prefeito no repasse ilegal. 
No entendimento dos autores o presidente da Esportiva, ocupante de cargo público municipal de confiança, como Diretor de Esportes, não teve empenho suficiente em defesa do clube.
Em 04 de maio de 2008, de maneira melancólica, a 'AES' despediu-se do Campeonato Série A-3, em último lugar, sendo rebaixada para a série B do Campeonato Paulista, divisão na qual permaneceu ainda em 2010, com a atual Diretoria desvinculada da Municipalidade. Não lhe foi campanha fácil. Por requerimento do Ministério Público, de 02 de junho de 2010 (Inquérito Civil nº 36/10 – PJ, Defesa dos Direitos do Consumidor/Estatuto do Torcedor), a Justiça interditou as arquibancadas, pelo péssimo estado.
A direção do Clube alugou assentos móveis, aguardando o início da construção assentos fixos, em alvenaria, por conta da Municipalidade, dona do estádio, o que não aconteceu.
Em 2010 a AES não conseguiu vaga para a Série A-3 do futebol paulista de 2011. No entanto, com o acesso do Comercial de Ribeirão Preto para a A-2, abriu claro na A-3 que, pelo regulamento da competição, ficou com a Esportiva pela melhor campanha na competição, afora os quatro times que conseguiram a vaga nos gramados.
As arquibancadas também não foram construídas em 2011, nem os refletores para jogos noturnos - um bastião político do ex-prefeito Adilson Donizeti Mira desde 2008, quando não aproveitou os recursos públicos oferecidos pelo Governo do Estado de São Paulo/Secretaria de Esportes.
A despeito das dificuldades, a Santacruzense conseguiu acesso à Série A-2, feito inédito, para o ano de 2012, ao vencer o Flamengo de Guarulhos – SP, aos 04 de maio de 2011. Para a participação era preciso, além dos refletores para jogos noturnos, a obrigatoriedade de arquibancadas para quinze mil lugares – exigências da Federação Paulista de Futebol, daí o impasse com a Administração Municipal e a volta das rusgas políticas e administrativas.
Sem as arquibancadas o clube correu risco em não disputar a inédita Série A-2, mas Clube e Prefeitura acertaram-se, o primeiro em alugar arquibancada móvel provisoriamente e o outro em construir os assentos em alvenaria - o que não aconteceria.
Sob toda essa pressão disputou, ainda em 2011, a Copa Paulista iniciada em julho do mesmo ano, numa sofrível campanha, findando na sétima colocação entre nove participantes, fase encerrada para a 'AES' aos 02 de outubro de 2011.
Direção desintegrada, o presidente do clube, o empresário Hélio Majone, lançou mão de campanha popular para arrecadar fundos para aluguel de arquibancada móvel objetivando a disputa do campeonato de 2012, pois que o Poder Executivo Municipal, sob a chefia da Prefeita Maura Soares Romualdo Macieirinha não mostrou interesse em atender as reivindicações do Clube nem as exigências da Federação Paulista de Futebol.
A Administração Pública e a Diretoria da Associação Esportiva Santacruzense, insultaram-se sem nenhuma solução apresentada. Para alguns, a inadimplência do Clube com a Municipalidade seria o motivo para a Prefeitura recusar-se investir num patrimônio público, praticamente de uso exclusivo da Associação.
Então aconteceram os primeiros contatos entre a 'AES' e a Rede de Academias paulistana, 'K2 Sports Club Ltda Epp', do empresário Alberto Ferrari. Acertaram-se, tanto que os Conselheiros da 'AES' se reuniram aos 16 de dezembro de 2011, para escolha da nova Diretoria e, por aclamação, reelegeram o empresário Hélio Majoni presidente por mais dois anos, Abner Vieira Damasceno - da K2, como 1º Vice-presidente e Luciano Rosalém o 2º Vice-presidente.
A 'AES' e a Rede de Academias 'K2 Sports Club Ltda Epp', do empresário Alberto Ferrari, celebraram parceira aos 29 de novembro de 2011, por cinco anos, permitindo a continuidade do time santacruzense na Série A-2 e a contratação de atletas, além da modernização da estrutura do clube e a profissionalização de marketing, registrado no 'Cartório de Registro de Títulos e Documentos' (AES – Carta documento assinada pelo Presidente do Clube e da K2), com multa estipulada em dez milhões de reais, cobrada dos conselheiros.
Com o contrato de gestão, a K2, pelo seu presidente, podia fazer gestão irrestrita do Departamento de Futebol, com liberdade para tomar quaisquer decisões; além de transformar o clube em empresa, detendo o controle absoluto das quotas, em razão dos investimentos que viria a realizar na AES.
Aos 03 de janeiro de 2012 o assunto maior no esporte local foi a divulgação que a Associação Esportiva Santacruzense teria o seu nome mudado para Santa Cruz Futebol Clube, justificado em marketing e uma melhor identificação com a cidade. Nos esclarecimentos da K2 o clube passaria ser uma empresa, nova documentação e, na visão de muitos, nenhuma responsabilidade da K2 com o passado do clube e suas pendências judiciais. O novo nome extinguiria o anterior e, então, a Municipalidade e 'AES' continuariam com suas pendengas judiciais.
Notícias divulgadas pela TV Tem/Bauru, aos 23/02/2012, o empresário e proprietário da K2, Alberto Ferrari, foi anunciado novo presidente da Santacruzense, visto no meio esportivo estadual como proprietário do Santa Cruz Futebol Clube (Futebol Interior, edição de 12 de junho de 2012), com intenções de arrenda-lo a outra cidade, ou seja, tirá-lo de Santa Cruz do Rio Pardo.
A 'AES' na zona de rebaixamento durante quase todo o campeonato de 2012, surpreendentemente reagiu nas rodadas finais – últimas quatro disputas, conquistando oito pontos dos 12 possíveis, para completar os 22 e se salvar do rebaixamento.
Na sofrível 'Copinha' que se seguiu ao campeonato paulista, a Diretoria e Conselho Deliberativo da 'AES' desentenderam-se de vez, e o empresário Alberto Ferrari, optou encerrar a parceria, num acordo com o Conselho Deliberativo do Clube, sem qualquer ressarcimento do seu investimento, de multas contratuais e sem ações na Justiça - anúncio em 07 de novembro de 2012.
Da parceria restou o processo 0001828-49.2012.8.26.0539 (539.01.2012.001828-1) – Nº de Ordem 239/2012, em tramitação na 1ª Vara Judicial de Santa Cruz do Rio Pardo, por requeridos a Academia 'K2 Sports Club Ltda Epp' e a Associação Esportiva Santacruzense, e a requerente 'NOS Accessory Company Ltda. ME'.
Em reunião realizada aos 27 de novembro de 2012, Luciano Rosalém e Hélio Majoni, foram aclamados como presidente e vice-presidente, respectivamente, pelos Conselheiros AES, e dois dias depois anunciava-se nova parceria do clube, agora com a Casa Soccer, por um ano, como responsável pela comissão técnica e o elenco.
A parceria não deu certo em termos de resultados, o time não correspondeu em campo e a Esportiva foi rebaixada para a Série A3 de 2014.

4. A lenda que Pelé foi rejeitado pela Associação Esportiva Santacruzense
A Associação Esportiva Santacruzense - AES conquistou o 'Vice-campeonato Paulista da Terceira Divisão de Profissionais' de 1955, findo em 1956. O time não repetiu a performance em 1956, e, precisava de urgentes reforços para 1957, indo buscá-los na vizinha Bauru, no Bauru Atlético Clube, sendo oferecido três jogadores, um deles o mineiro tricordiano, Edson Arantes do Nascimento, que viria ser consagrado como Pelé – o Rei do Futebol Mundial, bom jogador, porém, franzino. Dois anos depois, Pelé já era consagrado em todo o mundo.
A lenda não tem respaldo histórico.
Em 1956, a AES não repetiu a performance do ano anterior, tropeçando no campeonato, quando Pelé já estava contratado pelo Santos Futebol Clube, apresentado por Waldemar de Brito em agosto daquele ano, com estreia no time principal em 07 de setembro, já visto como fenômeno e convocado para a Seleção Brasileira, estreando no Maracanã, Rio de Janeiro, aos 7 de julho de 1957 num jogo contra a Argentina, marcando o seu primeiro gol pela Seleção.
Por qual razão a lenda que Pelé foi rejeitado pela Associação Esportiva Santa-Cruzense?
O pernambucano Sport Recife, em 1957, buscava jogadores, por empréstimos para o seu escrete, contatando o Santos Futebol Clube através de Adamir de Menezes. O presidente do Santos, Carlos Modesto Roma, aos 05 de novembro de 1957, enviou um telegrama ao José Rosemblit, presidente do Sport, com cópia a Adamir Menezes, primo do jogador Ademir Menezes, oferecia Pelé de 17 anos ao Sport, por empréstimo de quatro meses, para o jovem adquirir experiência de jogos, e o Sport não se interessou, ou melhor, não respondeu, ao que se sabe, o dito expediente.
Evidentemente tratou-se de uma brincadeira, Pelé já era jogador de Seleção, mas a cópia do telegrama ficou sob guarda da família de Ademir de Menezes e revelado décadas depois, publicada nos jornais de todo o Brasil, embora muito comentado na época com lenda urbana. 
Sabe-se lá por qual razão, quando a lenda era corrente, o Sport Recife foi confundido com o Santa Cruz Futebol Clube, e o político Lucio Casanova Neto aproveitou a oportunidade para dizer que Santa Cruz havia rejeitado Pelé.
— A lenda é dos anos 1960, conforme se contava em 1977, fato confirmado, mas não documentado, por Lucio Casanova Neto que disse ser tudo uma brincadeira.
Existem outras lendas mais ou menos iguais a esta, sobre clubes que um dia rejeitaram Pelé, inclusive o Esporte Clube São Bento, de Sorocaba, cujo diretor Flávio Guariglia, no início de 1957, que teria procurado pela direção do time da Vila Belmiro para contratar, por compra ou empréstimo, alguns reservas do Santos, que tinha quatro jogadores disponíveis, entre eles o Pelé, que não despertou qualquer interesse do São Bento (https://escanteiosp.com.br/noticias/rei-alviceleste-o-dia-em-que-o-sao-bento-rejeitou-pele-em-1957/ gentileza do jornalista Aurélio Fernandes Alonso).
O Sport Club Corinthians também rejeitou Pelé, antes de ser levado para o Santos, numa das maiores mentiras do futebol brasileiro.

5. E a história continua
Os autores prosseguem pesquisas sobre o futebol santa-cruzense, amador e profissional, com acréscimos de situações de interesses conforme 'resgates' e importâncias.
'A lenda que Pelé foi rejeitado pela Associação Esportiva Santacruzense', teve uma primeira publicação dos autores em 2009, quando informado a participação do futebolista num empreendimento de terras em 'São Domingos', a conhecida Tupá (CD: A/A), também como dono de terrenos no Parque das Nações, em Santa Cruz do Rio Pardo, além do informe que, de acordo com lenda urbana local, Pelé, como jogador de futebol, teria sido rejeitado pela direção da AES em meados dos anos 1950, partes excluídas do blog 'Razias (...)' quando pensada a publicação do livro de igual nome, e, agora, com a morte de Pelé, aos 29 de dezembro de 2022, recolocada a parte futebolística, neste blog 'Santa Cruz do Rio Pardo: Memórias (...)', esclarecendo e comprovando que Pelé jamais foi rejeitado pelos dirigentes da Associação Esportiva Santacruzense.
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