domingo, 27 de outubro de 2024

O PREFEITO DIEGO: TRAIDOR OU TRAÍDO*?

Quando a traição não é boa opção
Traído Diego não foi, traidor sim, embora possa ter o seu ato justificável, mas Otacílio apenas 'cobrou' o cumprimento de um acordo de 2020: Diego teria o apoio para as eleições de 2020 e, caso eleito, não concorreria em 2024, abrindo vaga para Otacílio, apoiando-o disputar o pleito. Numa primeira análise, ainda no calor da disputa que conduziu Otacílio ao seu terceiro mandato, na opinião dos autores a traição pode não ter sido uma boa opção para a sobrevivência política de Diego, mas ele pode lá ter suas razões.
A traição política é o rompimento de um acordo. Diego rompeu o acordo com Otacílio, pois sabia do plano deste retornar ao poder, não que o rompimento fosse o incorreto para Diego ou o melhor para o município; talvez para Otacílio sim, ideação de primeiro momento, o rompimento provocado ou não, 'colaria' em Diego a pecha de traidor, na máxima que "a política ama uma traição, todavia, odeia o traidor", mas isto seria erro estratégico de Otacílio, afinal o ódio ao traidor nunca 'pegou' em Santa Cruz e não pegaria agora, mesmo apelando para a moral de um acordo selado, mesmo que tácito, entre eles.
O rompimento aconteceu, o grupo político situacionista 'rachou' com o rompimento entre Diego e Otacílio. Para o prefeito o ex mostrou-se desesperado pela volta ao poder, interferindo em secretarias e setores do seu governo; para o ex o atual estava mal assessorado, e, nestes considerandos, a ruptura para ambos seria uma boa opção. Otacílio sairia mesmo candidato e Diego, por qual motivo fosse, também estaria presente na disputa, afinal, já estavam rompidos e o compromisso desfeito.
Diego tornou-se 'força política', formando grupo e unindo-se aos adversários e descontentes com Otacílio, então, a força política de Diego pode ter sido ilusória, e os votos recebidos nas urnas em 2024, se apenas de seus companheiros, seria menor sem o 'descarrego' dos contrários ao Otacílio, sempre e em qualquer circunstância. Outra ilusão de Diego, o uso da máquina pública em busca de apoios, empregando 'companheiros' nem sempre competentes, em cargos desnecessários.
Bom de voto, sem dúvidas, e com o apoio do terceiro setor, Diego não conseguiu a reeleição, embora sua derrota, numa acirrada disputa, em nada implica se ele possa ser ou não, um grande líder político santa-cruzense, sem a 'máquina' na mão, ainda liderando os adversários de Otacílio, ou se verá o seu 'grupo formado' se dispersar em apoio a outros possíveis candidatos em 2028.
Quando um leigo ocupa o cargo de Secretário da Saúde, o bom senso recomenda-o acercar-se de um profissional de cada área, por exemplo, um coordenador médico para gerenciar os serviços médicos, assessor cirurgião-dentista na odontologia, profissional de enfermagem para a equipes técnicas e auxiliares do setor, um gerente para a equipe multiprofissional etc. Diego, não sendo um profissional de saúde, fez isto durante os sete anos como Secretário da Saúde, e fez igual quando prefeito, e aí o erro, como prefeito isolando-se no seu gabinete, com os seus assessores, nem sempre competentes, barrando acessos de pessoas até ele [Diego], ou seja, uma antipolítica imperdoável em Santa Cruz do Rio Pardo, principalmente para os idosos e os politizados. 
Óbvio, daqui a quatro anos uma nova onda de eleitores jovens serão acrescidos aos votantes de hoje, que poderão beneficiar Diego ou outros candidatos, possíveis e aptos, contra Otacílio, se este buscar reeleição.
Diego propaga que tem ofertas de trabalho em gabinetes legislativos ou em altos escalões do executivo estadual; isto pode ser danoso para suas aspirações políticas, se as tiver.
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*Os comentários neste capítulo, juízos e críticas, são de responsabilidade dos autores e não representam, necessariamente, a opinião pública santa-cruzense.
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