1. O expansionismo urbano
Foto ilustrativa: derrubada de matos para loteamentos Acervo SatoPrado |
As citações das ruas atuais como divisas identificando bairros, vilas e jardins, não podem ser consideradas exatas pelas características hoje conhecidas.
Santa Cruz do Rio Pardo teve sua origem nas proximidades do 'Chafariz', local que, com o tempo, passou a ser considerado 'Vila Velha' - o centro comercial primitivo - lojas diretas para a calçada e residência aos fundos.
O início urbano santa-cruzense em 1862, com a doação patrimonial a Santa Cruz, cem alqueires de terras do 'lado de cá' do ribeirão São Domingos, por Manoel Francisco Soares e o empenho do padre João Domingos Figueira na formação do povoado, logo acrescido com a doação patrimonial ao Santo Antonio, no ano de 1868, pelo genro de Manoel Francisco Soares, José do Santos Coitinho [Coutinho], gleba de vinte e dois alqueires do 'lado de lá' do ribeirão (https://satoprado-ebook.blogspot.com/2013/07/1862-historia-referenciada.html).
1.1. O centro urbano
Os patrimônios doados à Santa Cruz e ao Santo Antonio formaram o primeiro núcleo residencial, comercial e serviços públicos de Santa Cruz do Rio Pardo.
No patrimônio à Santa Cruz, as primeiras residências e as inaugurais casas de comércio, a partir de 1862, sendo algumas das construções ainda presentes nos anos de 1920 e 1930, aos poucos substituídas.
Os cem alqueires de terras doadas ao patrimônio da Santa Cruz, que formam o centro urbano, a grosso modo são compreendidos, desde a barra do ribeirão São Domingos, no Pardo, e, pelo mesmo ribeirão acima até o encontro de suas águas com o Mandassaia, e, a partir do outro lado da margem, um valo divisório rumo ao rio Pardo, passando por onde a atual rua Conselheiro Saraiva - ponto de referência, até o seu ponto final, onde hoje o sistema a SABESP, daí a descer pelo Pardo até o início das delimitações.
Os terrenos, após arruamentos, são vistos em ruas, horizontais e verticais, estendidas a partir do 'Marco Zero - Chafariz', conforme povoamento ou vendas de terrenos.
Mapa do Patrimônio do Santo Antonio com suas divisas Acervo: Prefeitura Municipal Santa Cruz do Rio Pardo |
Do patrimônio ao Santo Antonio, também residências, algum comércio, mas, em especial, a partir dos anos de 1870, os primeiros prédios, alugados, para funcionamento dos serviços públicos, alugados, notadamente o Correio, a Cadeia/Delegacia, a Escola de Primeiras Letras, e a Câmara Municipal, até ser transferida, juntamente com a Cadeia/Delegacia para terreno próprio do governo provincial, onde a atual Praça Dr. Pedro Cesar Sampaio de frente para a hoje rua Catarina Etsuko Umezu.
O centro santa-cruzense, portanto, era integrado entre os patrimônios da Santa Cruz e do Santo Antonio, pertencentes a Igreja, e assim o foi até 1902, quando a Câmara Municipal votou, unanimemente uma lei, decretando a desapropriação, por utilidade pública municipal, dos terrenos urbanos, autorizando a Intendência acordar com a Vigararia a desapropriação amigável (Correio do Sertão, 06/12/1902: 1).
Documento Cartorial de 1903 confirma:
"Terrenos do Patrimônio doados a Santa Cruz e Santo Antonio e em parte dos quais estão situados a Vila de Santa Cruz e o bairro duas margens do Ribeirão São Domingos, para o patrimônio, "a Santa Cruz e Santo Antonio e em parte dos quais estão situados a Vila de Santa Cruz do Rio Pardo e o bairro que faz parte da mesma vila e conhecido pela denominação de Bairro de São José e as divisas dos terrenos doados a Santo Antonio, constam do auto de pagamento na divisão judicial que nesta Comarca correu a requerimento de Valentim José Teodoro." (Cartório Oficial de Registro de Imóveis, Certidão de 08/03/2006, da Escritura Pública de 05 de fevereiro de 1903, Livro 3-L (antigo) de Transcrição das Transmissões).
Após o ato, a Câmara Municipal iniciou as regularizações dos terrenos ocupados, mediante pagamento de taxa e comprovante de satisfação ao 'Código de Postura', observados no livro de 'Registro de Datas de Terrenos, 1905'; e também postos a vendas chãos remanescentes. O patrimônio Santo Antonio tornou-se o Bairro São José e o templo religioso e o largo no entorno denominados Santo Antonio.
1.1.1. Vila Velha
Basicamente a origem santa-cruzense, associados os patrimônios da Santa Cruz e do Santo Antonio, cujas delimitações constantes daquele documento de transmissão da Igreja para a Câmara Municipal, de 1903.
1.1.2. Vila Nova
Nos anos de iniciais de Santa Cruz do Rio Pardo, existiam grande número de chácaras marginais ao Pardo e São Domingos, onde ausentes os arruamentos.
Adiante da rua Benjamin Constant, das diversas chácaras à margem do ribeirão São Domingos, o bairro foi chamado de Vila Nova, sendo as residências e estabelecimentos comerciais mais assentados ao longo da conhecida Rua do Meio - a Conselheiro Dantas em direção ao Largo do Rosário, a hoje Praça Otaviano Botelho de Souza.
—Não tardaram rivalidades, e os moradores da Vila Nova, gente mais recente no município, eram chamados de 'a turma do pito aceso'.
Não era considerada zona urbana os imóveis, residenciais e comerciais, adiante do ribeirão São Domingos - às beiras da hoje a avenida 'Dr. Pedro Camarinha'.
1.2. Bairro São José
O Bairro São José firmou-se a partir da primitiva doação de terrenos ao patrimônio do Santo Antonio, pelo casal José do Santos Coitinho [Coutinho] e Ritta de Senne - genro e filha de Manoel Francisco Soares, gleba de vinte e dois alqueires do 'lado de lá' do ribeirão quem posteriormente revelou tamanho superior a 24 alqueires (Mapa do Patrimônio Santo Antonio, op.cit)."Terrenos do Patrimônio doados a Santa Cruz e Santo Antonio e em parte dos quais estão situados a Vila de Santa Cruz e o bairro duas margens do Ribeirão São Domingos, para o patrimônio, "a Santa Cruz e Santo Antonio e em parte dos quais estão situados a Vila de Santa Cruz do Rio Pardo e o bairro que faz parte da mesma vila e conhecido pela denominação de Bairro de São José e as divisas dos terrenos doados a Santo Antonio, constam do auto de pagamento na divisão judicial que nesta Comarca correu a requerimento de Valentim José Teodoro." (Cartório Oficial de Registro de Imóveis, Certidão de 08/03/2006, da Escritura Pública de 05 de fevereiro de 1903, Livro 3-L (antigo) de Transcrição das Transmissões). O território referenciado destinava-se à formação de povoado, sob a administração da Igreja, e assim o foi até 1902, quando a Câmara Municipal votou, unanimemente uma lei, decretando a desapropriação, por utilidade pública municipal, dos terrenos urbanos, autorizando a Intendência acordar com a Vigararia a desapropriação amigável (Correio do Sertão, 06/12/1902: 1).
Conforme referência, a Igreja repassou à Câmara Municipal, em 1903, todo o patrimônio do Santo Antonio; o bairro teve seu nome alterado para São José, e prosperou.
Documentos municipais comprovam a expansão do bairro e adjacências, pelas desapropriações de terrenos, antigas chácaras e datas, conforme citações exemplificadas:
-A Lei Municipal nº 129, de 18 de maio de 1909, autorizou o prefeito a reservar oito datas de terrenos no já denominado patrimônio de São José, conhecidas por terrenos de Maria Caetana, separado pelo valo do pasto de Antonio Evangelista da Silva - terras advindas pelo seu casamento com dona Guilhermina Brandina da Conceição, viúva do coronel João Baptista de Souza, outrora pertencente a Joaquim Pio da Silva - Fazenda Monjolinho extraídas da posse primitiva de Faustino Machado de Oliveira.
-A Lei Municipal nº 147, de 17 de janeiro de 1910, autorizou o prefeito a comprar ou desapropriar terrenos à margem direita do rio Pardo, anexa aos terrenos da municipalidade, pertencentes ao capitão Constancio Carlos da Silva, gerando demanda.
Os terrenos eram sequentes às terras do antigo patrimônio Santo Antonio.
-A Lei Municipal nº 165, de 27 de fevereiro de
1911, autorizou aquisição, por compra, do terreno pertencente a Julio de Cerqueira Cesar, situado à rua Duque de Caxias, fazendo fundo para o rio Pardo e divisando por um lado com o ribeirão São Domingos, e de outro com o patrimônio Santo Antonio, para a Zootecnia. Em 1900 estas terras pertenciam ao dr. Antonio José da Costa Junior, sogro do Julio de Cerqueira Cesar.
Estas terras faziam divisas com aquelas do Constancio Carlos da Silva.
-A Lei Municipal nº 230, de 16 de maio de 1917 autorizou o prefeito municipal permutar quatro datas de terrenos no Bairro São José, perímetro urbano, de propriedade de João Ribeiro de Carvalho Braga.
-A Universidade São Paulo - USP fez-se proprietária de terras advindas de Francisco Estevão, em torno de seis mil metros quadrados e nelas se pensou, até as futuras instalações de faculdade estadual - Instituto de Letras e Filosofia, pretensão vetada em 1957 pelo governador paulista, dr. Jânio da Silva Quadros, em represália ao político santa-cruzense Leônidas
Camarinha.
Terrenos da municipalidade complementariam o todo necessário para a faculdade pretendida e sua expansão.
As adversidades políticas e os descuidos dos terrenos, por parte do poder público, favoreceu surgimento das favelas 'Divinéia', 'Esqueleto', e 'Taturana', nos anos 1960, depois com início de urbanização pelo prefeito Onofre Rosa de Oliveira (1983/1988), concluída pelo sucessor, Clóvis Guimarães Teixeira Coelho (1989/1992 e 1997/2000), cujas melhorias inauguradas pelo prefeito Adilson Donizeti Mira (2001-2008), apropriador político da desfavelização.
—Os núcleos 'Esqueleto' teve a denominação 'Vila Bom Jardim'; 'Divinéia' tornou-se 'Vila Divinéia', e a 'Taturana'.
—A USP transferiu/formalizou os terrenos, novamente, para a municipalidade, porém, ainda, pelo menos um deles como propriedade sua, na rua Catarina Etsuko Umezu defronte ao Centro de Compras Avenida Flex - conhecido Supermercados Avenida.
1.3. Bairro São Domingos
Iniciado "a começar da ponte junto ao ribeirão de egual nome [São Domingos], no fim da rua Conselheiro Dantas, seguido pela estrada em demanda da fazenda Cresciumal [Crissiumal], até a chacara Lorenzetti inclusive." (Lei Municipal nº 404, de 21/12/1926).
O bairro criado por lei abrangia datas com residências e comercio às duas margens da via pública hoje denominada avenida 'Dr. Pedro Camarinha' para além do ribeirão.
Com o decorrer dos anos, formadas as Vilas Saul e Matias.
1.4. Vila Samaritana
Dentro do todo doado por Manoel Francisco Soares ao patrimônio da Santa Cruz, formou-se um conjunto de chácaras confinado entre a rua Joaquim Manoel de Andrade e o rio Pardo, desde as rua Conselheiro Dantas até a rua Padre Pio Giocondo Lorgna.
Os principais chacareiros na região foram os senhores 'Fausto Vieira de Azevedo, Benedito B ou P dos Santos, Pedro Manoel de Andrade, a família Martins e José Antonio de Moraes Peixe', este cuja extensão seguia adiante das demarcações urbanas posto divisas com sua propriedade rural.
Com o fracionamento das chácaras formou-se a 'Vila Samaritana', nome em razão de uma fonte de água que se dizia 'com propriedades minerais', devidamente canalizada e vendida de casa em casa em garrafões e tonéis, até seu definitivo fechamento pelo médico Aparecido Rodrigues Mouco, 'Chefe do Serviço de Saúde', nos anos de 1960, porque a água além de não possuir as propriedades veiculadas estava contaminada para doenças hídricas.
Ainda nos anos de 1940 a 'Samaritana' era considerada área suburbana pelo Decreto-Lei Municipal nº 1-A daquele ano; e algumas construções em terrenos contíguos abrigaram a zona do baixo meretrício, desde as desativações das casas congêneres na rua Marechal Bittencourt.
Nos anos de 1950, a 'Vila Samaritana' estava formada e reconhecidamente urbana, conforme Decreto Municipal de nº 92, de 09 de agosto de 1957, que desapropriou terrenos para as obras da nova Estação de Tratamento de Água da cidade:
"Um terreno de formato cuneiforme, de área superficial de 5.847,2 (cinco mil oitocentos e quarenta e sete metros e dois decímetros quadrados), dividindo pelos fundos com o Rio Pardo, na extensão de 44 metros; por um lado com herdeiros ou sucessores de Joaquim Paulino, na extensão de 196,70 metros. Pelas cabeceiras com Pedro B. dos Santos, e Rua Conselheiro Saraiva [parte agora denominada Padre Pio Giocondo Lorgna] na extensão de 20 metros, de propriedade de herdeiros ou sucessores de Pedro Manoel de Andrade."
Para o mesmo objeto, também desapropriada toda a quadra de nº 7, com oito lotes dos sucessores de Fausto Vieira de Azevedo, entre o Rio Pardo e as então ruas Azevedo e Martins.
1.5. Vila Sidéria
Documento oficial, de 1912, menciona 'Chácara Santa Aureliana', quando da desapropriação de duas datas de terrenos, pela Lei Municipal nº 193, de 17 de setembro de 1912, sendo uma a que se limita:
"(...) por um lado com a estrada da Mandaçaia, pela frente com terrenos do mesmo patrimônio, pelos fundos com terrenos da Chacara Santa Aureliana, de propriedade do dr. Olympio Pimentel, e por outro lado, com a data de José Antonio Moraes Peixe, pertencente ao mesmo Dr. Olympio Pimentel, e outra, a que limita-se por um lado com a data já descrita, pela frente com terrenos do patrimônio, pelos fundos com a citada Chácara Santa Aureliana e por outro lado com a rua dr. Euclides da Cunha." (Cidade de Santa Cruz, 19/09/1912: 1.
O terreno, dito propriedade do dr. Olympio Pimentel, corresponde ao atual patrimônio público, onde instalada a empresa Qualitá Veículos – referência 2020.).
A partir da desapropriação iniciaram-se alienações de lotes adjacentes à rua Conselheiro Saraiva, para a formação da denominada Vila Sidéria.
Sem ao certo por qual razão o nome Sidéria, palavra grega com significado aproximado 'aquilo que se quer ou se pretende da vida', os autores encontraram possível [e discutível] relação com a 'Ópera Sidéria', do compositor brasileiro, o curitibano Augusto Stresser, sucesso em 1912, coincidência ou não ao ano do surgimento da Vila de igual nome em Santa Cruz.
—Stresser denominara a obra em homenagem à filha Sidéria.
A 'Vila Sidéria' dos primeiros tempos era maior que a atual, com início desde onde atualmente localizado o templo religioso católico romano, 'Nossa Senhora de Fátima', consideradas informações, de 1941, quanto a localização do edifício agregado, de serventia para o 'Colégio Apostólico Dominicano' (A Cidade, 25/05/1941: 4).
No lugar hoje 'Praça Carlos Queiroz' estava o 'Asilo São Vicente de Paulo' e, ao lado, um parque infantil, todos então situados na 'Vila Sidéria', dentro da propriedade que pertencera ao engenheiro Henrique Kruzman, já considerado legalmente ausente em 1909.
A faixa considerada a inicial da 'Vila Sidéria' tinha largueza confinada pela rua Conselheiro Saraiva e todo os próprios da Igreja Católica, seguindo em direção à rua Euclides da Cunha para daí, à direita, alargar-se até a rua José Zacura, descendo em direção aos ribeirões Mandassaia e São Domingos.
Na altura da rua Antonio Mardegan, pela Conselheiro Saraiva, as divisas da Vila Sidéria seguiam pouco abaixo, pela rua Regente Feijó, rumo ao ribeirão São Domingos.
Acima da rua Euclides da Cunha, em direção ao ribeirão São Domingos, toda a extensão considerada Vila Sidéria foi propriedade do advogado Olympio Rodrigues Pimentel.
Algumas datas e chácaras foram postas a vendas. A partir da rua Euclides da Cunha e Simão Cabral - antiga rua Sidéria - depois Porto Alegre, em direção ao ribeirão São Domingos, estabeleceram-se as famílias Cabral, Correia [Corrêa] e Ferrazini, entre outras.
Em 1931/1932 a 'Vila Sidéria' era importante para Santa Cruz do Rio Pardo e destacada como palco de apresentações futebolísticas, no campo da Associação Operária Santacruzense que, posteriormente, cederia o lugar para a 'Associação Esportiva Santacruzense'.
A vila teve progresso destacado nos anos de 1930 (O Trabalho, anos 1931 e 1932, edições números 17 e 50). Tal o progresso da vila e população crescente, que se pensou numa escola, e o cidadão Felippe Correia, juntamente com sua mulher, dona Martha Maria Correia, doaram ao governo do estado um terreno de 8 mil metros quadrados para a construção de um grupo escolar, consoante Lei Estadual nº 2.680, de 28 e publicada aos 29 de setembro de 1936.
A construção não se realizou e o terreno foi revertido ao doador, conforme Lei Estadual nº 731, de 12 e publicada aos 13 de junho de 1950, com as descrições que o terreno se limitava "pela frente com a Rua Maceió onde mede 100 m (cem metros), pelos fundos, com a Rua Recife, onde mede 100 m (cem metros), e pelos lados com as Ruas Porto Alegre e Manaus, tendo em cada um 80 m (oitenta metros) de extensão".
A esclarecida faixa inicial da 'Vila Sidéria' tornou-se centro expandido, e o território encolheu para as atuais dimensões, repartidas com a surgente 'Vila Santa Aureliana', formada a partir da rua José Zacura, ou seja, adiante da 'Vila Sidéria'.
Atualmente ampliada surgiu uma vila sequente denominada Nova Sidéria.
1.6. Vila [Santa] Aureliana
A partir da rua Conselheiro Saraiva, entre o rio Pardo e o ribeirão São Domingos/Mandassaia, até a fazenda Serrinha e o bairro Mandassaia, existiam duas fazendas situadas num todo que pertencera a Manoel Francisco Soares.
A separação entre elas, dentro do limite de suas extensões, era a estrada que, partindo da rua Euclides da Cunha, conduzia a Espírito Santo do Turvo.
Os domínios eram conhecidos, à esquerda do divisor a Fazenda Santa Aureliana, do advogado e político Olympio Rodrigues Pimentel, e à direita as terras do engenheiro Henrique Kruzman, ausente.
A propriedade de Kruzman foi a hasta pública, citação de 1909, e arrematada por Antonio Evangelista da Silva – o coronel Tonico Lista, que a repassou ao ruralista José Antonio de Moraes Peixe, assim conhecida como Fazenda do Peixe.
O engenheiro Kruzman residia em Campinas e adquirira a propriedade do capitão Antonio Joaquim Gonçalves [da Silva], conforme consta no Cartório de Registro de Imóveis – SCR. Pardo, Livro 3 F (antigo) de Transcrição das Transmissões, dele à fls. 111. Transcrição 1.102 de Livro 4, do ano de 1894 – nº 1.102, de 12 de janeiro de 1894.
Por volta de 1910, Dr. Olympio - prefeito (1908/1910) e deputado estadual a seguir, transformou parte de sua fazenda em lotes para vendas, nas proximidades do perímetro urbano, e chácaras mais distantes, sob a denominação Santa Aureliana – uma homenagem à esposa.
Outras vilas, mais recentes, são originárias da outrora fazenda Santa Aureliana compreendendo outros conjuntos habitacionais, como o 'Jardim Eleodoro (I e II)', 'Residencial Eldorado', 'Residencial Morada do Sol', 'Jardim Viviane', 'Residencial Graúna' e de outros projetos futuros.
1.7. Bairro da Estação
As primeiras residências foram para os trabalhadores da Estrada de Ferro Sorocabana, com aquisições e desapropriações de terrenos, e mais as vendas particulares de datas e para construções familiares e comércio, para se tornar próspero núcleo próximo das casas de ferroviários, assim observado em 1915. No ano 1915 algumas casas são vistas nas imediações da via férrea.
Pela Lei Municipal nº 403, de 21/12/1926, foi criado o Bairro da Estação, "(...) a começar do largo fronteiro ao Rio Pardo, além das respectivas pontes, seguindo pela Avenida Jorge Tibiriçá e abrangendo a esplanada da via férrea Sorocabana."
Nos anos de 1930, parte da família Beguetto possuía terras e residia numa propriedade adiante do Bairro da Estação, e logo, por lá, predominaria população italiana ruralista.
1.8. Vila Gonzaga
Antiga chácara situada desde a rua Euclides da Cunha, abaixo da rua Catarina Etsuko Umezu, tendo por fundos o ribeirão São Domingos até a rua Barão de Cotegipe, onde antiga chácara de Joaquim Pio da Silva, parte depois de propriedade da família Gonzaga, onde instalada uma beneficiadora de café.
Alguns antigos mapas ditam a 'Vila Gonzaga' desde a Rua Conselheiro Dantas, adiante da Euclides da Cunha, até as divisas com a Vila Rocha.
1.9. Vila Rocha
Tradições lembram a família Rocha proprietária de uma chácara à marginal esquerda do ribeirão São Domingos, numa parte da qual formou-se a Vila Rocha, a partir dos anos 1920 – as primeiras construções, entre as ruas Barão de Cotegipe, Jacinto Pedro de Oliveira até altura da Batista Botelho, em direção ao ribeirão.
Toda a área era considerada suburbana conforme depreende-se do Decreto-Lei Municipal nº 1-A.
1.10. Vila [do] Saul
O capitão Saul Ferreira de Sá possuía partes de suas terras 'pegadas' com o 'Bairro São Domingos', à direita, acompanhando desde o ribeirão de igual nome a saída urbana Saul vendeu sua propriedade à família Garcia que fracionou partes dela em datas e chácaras colocadas a vendas.
A área era parte da 'Fazenda Rio Pardo', de Faustino Machado de Oliveira e sucessores.
A família Garcia formou-se a 'Vila do Saul' - depois Vila Saul, referência e homenagem ao antigo proprietário daquelas terras.
1.11. Vila [do] Matias
Mathias Ban, iugoslavo – nascido croata e naturalizado brasileiro, residente em Santa Cruz, fazendeiro, proprietário de curtumeiro e fornecedor de água nas residências. Vendeu seu Curtume em 1951 aos Irmãos Rodrigues. Após a venda do estabelecimento, Mathias Ban iniciou loteamento de uma área acima do Ribeirão São Domingos, atualmente à esquerda da então Bairro de São Domingos, para melhor situar-se, à esquerda da atual avenida Dr. Pedro Camarinha, conforme o documento abaixo transcrito que mostra o início do loteamento:
"Benedicto Villas Boas, Oficial Maior do Cartório do Registro Geral de Hipotecas e Anexos da Comarca de Santa Cruz do Rio Pardo. Estado de São Paulo, etc.Faz Saber que, pelo Sr. Mathias Ban, brasileiro naturalizado, casado, proprietário, residente nesta cidade, foi depositado neste cartorio o memorial e mais documentos referentes a venda em lotes à prestações, por oferta publica, dos terrenos de sua propriedade denominado 'vila Mathias' na Fazenda São Domingos e Monjolinho, deste municipio e comarca com a área de 7 alqueires, ...2... milesimos do alqueire de terras. Iguais a 18 ha. 93 a. e 94,5 ca. que correspondem a 189.394,50 mts 2 com 334 lotes, que faziam parte da Fazenda São Domingos e Monjolinho, nos suburbios desta cidade com a área total de 12 alqueires de terra, anexo ao perimetro urbano desta cidade, adquiridos pela transcrição numero 1.654, feita em 2 de abril de 1932, neste cartório, ficando a área loteada com as seguintes divisas e confrontações: - ‘começa na estaca O, cravada ao lado esquerdo da estrada de rodagem que vai de Santa Cruz do Rio Pardo à São Pedro do Turvo, distante da ponte, na rua Conselheiro Dantas 115 metros e onde existe uma cerca de arame na divisa com a firma comercial 'Irmãos Rodrigues Ltda'; daí segue acompanhando a referida estrada de São Pedro do Turvo no rumo de 21º N.O. na distancia de 709 metros, confrontando com a ‘Vila Saul’ até a estaca numero 1: daí segue no rumo de 59º 00’ S.O., na distância de 384 metros confrontando com o proprio Mathias Ban até a estaca numero 2 cravado junto a uma cerca de arame; daí segue pela cerca de arame nos seguintes rumos e distâncias: 30º 38’ S.E., em 188 metros; 83º 45’ N.E., em 160 metros e 38º 00 S.E., em 459 metros, confrontando com Agostinho Santana até a estaca numero 5 e daí continua por cerca de arame no rumo de 59º 00 N.E. na distância de 182 metros, confrontando com a firma comercial 'Irmãos Rodrigues Ltda.', até o ponto inicial destas divisas e confrontações." (DOSP, 06/01/1952)
Outros loteamentos adiante da 'Vila Mathias – Matias', foram formados a exemplos do 'Jardim Brasília, Jardim Santana (I, II, III), Jardim Bela Vista, Jardim União e Jardim Planalto'.
1.12. Vila [do] Fabiano
Terras de Antonio Fabiano da Silva, aonde outrora a fazenda do coronel João Baptista Botelho e depois sua viúva Guilhermina Brandina da Conceição, a partir das atuais divisas com o Bairro São José e num enclave entre as propriedades de Donato Carlomagno – fazenda União propriedade atual de Aquino Rosso (referência 2003), e as chácaras ou sítios de Abílio da Silva Jardim e família Tokomoto.
Nos anos de 1950/960 a propriedade foi transformada em loteamento, e em 1967 o então prefeito Carlos Queiroz foi autorizado, por Lei Municipal nº 417, de 30 de junho daquele ano, a desapropriar toda a quadra 25 do Loteamento Vila Fabiano, por utilidade pública, limitada entre as ruas Santa Maria [hoje David Pinhata], São José e Francisco Carlomagno [antes Santa Anna].
1.13. Vila São Judas Tadeu
Mensagem do prefeito Cyro de Mello Camarinha, à Câmara de Vereadores, 1953: 15, menciona entre as vilas de Santa Cruz, aquela denominada 'São Judas Tadeu'.
Sem melhores esclarecimentos, a vila era um apêndice adiante da 'Vila Santa Aureliana', depois ampliada entre as avenida Clementino Gonçalves e a Carlos Rios.
1.14. Vila dos Oitenta
Entre os centros populacionais surgidos da vilas Santa Aureliana/Sidéria, merece destaque a formação da 'Vila dos Oitenta', a tratar de loteamento inicialmente não planejado e sem autorização municipal, ou seja, clandestino, com início nos últimos cinco anos de 1950.
Em 1964 a Câmara Municipal aprovou o Projeto 36/1964, transformando-o em Lei Municipal nº 221, de 03 de setembro daquele ano, autorizando o registro e a autorização de referido loteamento, quando mais de 1/3 do loteamento já edificado, segundo consta na própria lei.
Da 'Vila dos Oitenta', contam as memórias, seriam oitenta lotes que o vendedor distribuiu por quadras, para a venda na condição de cada lote com imóvel construído, para um terreno vazio destinado à municipalidade, ficando esta a responsável pela infraestrutura e construção das casas restantes.
A ideação teria sido benéfica ao loteador que viu seus imóveis valorizados, com grandes lucros, além das vantagens notoriamente indevidas, porém usufruídas, pelos responsáveis municipais.
1.15. Vila Joaquim Paulino
Pequeno loteamento, conforme Lei Municipal nº 99, de 24 de agosto de 1960, confinado entre terrenos litigiosos da 'Vila ou Chácara Peixe', formado adiante da atual avenida Joaquim de Souza Campos, divisava com a mesma a Chácara Peixe e por ela cercado, "A rua da Vila Peixe que parte da avenida Cel. Clementino Gonçalves em frente à rua José Zacura e corta três vias ainda sem denominação, em direção à Vila Joaquim Paulino, fica denominada: 'Avenida Joaquim de Souza Campos'-."
Joaquim Paulino era o apelido ou como chamado o Joaquim de Souza Campos.
Desde os anos 1920, Joaquim Paulino permitia uso de partes de seus terrenos para prática de esportes, futebol, citados os campos da Associação Atlética Santacruzense e do Comercial Futebol Clube (https://satoprado-ebook.blogspot.com/2013/07/httpsatoprado-ebookblogspotcom201307his.html).
1.16. Jardim Alvorada
Decreto Municipal 396, de 10 de junho de 1965, aprovou o plano de loteamento do 'Jardim Alvorada', na zona rural periférica do centro urbano, na 'Chácara Peixe', sendo incorporadores Fernando Tonini Filho, Ernesto Tonini, Luiz Tonini e cônjuges, proprietários dos respectivos terrenos. O 'Jardim Alvorada' integrou-se à 'Joaquim Paulino' e 'Chácara Peixe'.
1.17. Jardim Umuarama
Umuarama, corruptela de 'embuarama' (embu: lugar; aram[a]: sol, com significado de bom clima, palavra de origem tupi e incorporada ao idioma português [do Brasil] em 1927, tornou-se usual para denominar locais salubres e ensolarados, distante das zonas ribeirinhas ou dos pauis.
Na 'Ditadura Vargas' (1930/1945) incentivou–se denominações de origem indígenas, consagradas no Decreto-Lei nº 311, 1938, disposto pela Resolução de nº 61, de 24 de julho de 1939, a qual, além de proibir a repetição dos nomes das cidades e distritos, recomendou "a preferência em adotar nomes regionais de língua indígena."
O 'Jardim Umuarama' santa-cruzense tomou esse nome, para denominar o bairro residencial formado por trecho – expandido – entre a travessa Marechal Deodoro à avenida Joaquim de Souza Santos, confinada pela rua Euclides da Cunha/Avenida Clementino Gonçalves e a rua Epiphânio José Botelho.
Tal territorialidade foi desapropriada pelo prefeito Leônidas Camarinha, para utilidade pública, pelo Decreto Municipal nº 48, de 26 de outubro de 1944, para fins de utilidade pública, a construção de um hospital e revendas, sendo correto que no terreno onde instalado o atual Lar das Crianças era um hipódromo até o final dos anos 1940 e início da década de 1950.
As residências foram construídas no decorrer dos anos.
1.18. Vila [do] Assis
Dela quase não se ouve mais dizer, porém tratava-se de território enclavinhado entre as vilas Sidéria, Santa Aureliana e dos Oitenta, aliás, junto a esta surgida no segundo quinquênio de 1950, legalizada.
Originou-se de uma chácara pertencente à família Assis, e a referência legal maior à sua existência surge em Lei Municipal nº 96, de 24 de agosto de 1960, que especifica e denomina via pública e dá outras providências: "Fica denominada Rua 'Clemente Ferreira', a rua que partindo da Rua José Zacura, no ponto final da Rua Padre Figueira, segue em direção da Vila Assis, nesta cidade."
1.19. Vila Popular
O aluguel residencial em Santa Cruz do Rio Pardo era extremamente caro e havia déficit de moradias. Alguns poucos proprietários, como Antonio Alves Farias, concentravam dezenas de casas, de padrões variados, para os interessados.
Com o êxodo rural experimentado em 1960 o problema agravou-se, e surgiram os bolsões de miséria nas periferias mais concentrados no alto do 'Bairro São José', e acima do 'Bairro da Estação'. Era o fenômeno da favelização.
Para corrigir distorções, o governo optou por conjuntos residenciais prontos e voltados para a população carente, ou seja, projeto de casas populares ou da desfavelização.
A Vila Popular, acima do Bairro da Estação, foi uma das experiências.
Posteriormente a região foi expandida com outros conjuntos residenciais, de iniciativa pública e privada, conforme demandas, para os surgimentos do 'Jardim Santa Cruz, Conjunto Habitacional Luiz Brondi, Conjunto Habitacional Nagib Queiroz, Núcleo Habitacional Ettore Cortela, Conjunto Habitacional João Piccin, Parque Itaipu - iniciativa privada, Núcleo Habitacional Oswaldo Cortela, Jardim Vista Alegre, o Conjunto Habitacional Frei Lorenzetti e Jardim São João'.
1.20. Vilas Madre Carmem e Maristela
Pela Lei Municipal 316, de 23 de setembro de 1966, Santa Cruz aderiu ao 'Plano Nacional de Habitação - COHAB' [Companhia de Habitação Popular Bauru], para construções de casas populares, e o conjunto recebeu a denominação de Vila Madre Carmem.
Para as obras o prefeito Carlos Queiroz 'teria sugerido' a formação de construtora, em nome de Osvaldo Cortella, Joaquim Severino Martins e Mário Figueira, sob a denominação de fantasia 'CORMAF', empresa que se tornaria célebre pelos seus contratos públicos para construções populares, com mais de treze mil construções, tornando ricos os seus proprietários, especialmente Joaquim Severino Martins – pedreiro e construtor, envolvido em política, primeiro como vereador, depois prefeito e vice-prefeito, cacique partidário e um dos homens mais influentes de Santa Cruz do Rio Pardo nos anos 1970 e 1980.
Adiante da 'Vila Madre Carmem' formou-se a 'Vila Maristela' a divisar com a fazenda União, de Aquino Rosso, e o atual 'Recinto de Exposições José Rosso' – doação do citado Aquino Rosso.
1.21. Parque das Nações
No ano de 1977, pelo Decreto Municipal 162, de 06 de outubro, foi aprovado o loteamento denominado 'Parque das Nações', zona rural – 'Sítio Água dos Pires', de propriedade de Paulo Dias Cassiano, pela empresa 'Paulo Dias Cassiano Loteamento de Imóveis S/C Ltda'.
Situado dentro da antiga Fazenda Água dos Pires, desmembrado e adquirido quando do loteamento 'Vila Zerrener'.
Sem a infraestrutura necessária e sem cumprimento às leis da época, o 'Parque das Nações' tornou-se um projeto falido e praticamente esquecido pelas administrações públicas em prejuízo aos compradores.
Ainda em 2010 o bairro era carente de melhorias e sua população explorada politicamente em períodos eleitorais.
1.22. Chácara [do] Peixe
Com a morte do José Antonio de Moraes Peixe, por assassinato, em 13 de setembro de 1913, sem herdeiros diretos, sua esposa e meeira tornou-se amante do patriarca santa-cruzense da família Souza Campos, segundo as tradições, e a este a viúva Moraes Peixe, Dona Emerenciana, entregara os seus bens, posteriormente repassados aos descendentes Souza Campos.
O juiz de direito ou desembargador Azer ou Aser de Souza Campos, recebeu a área por doação de seus pais – Joaquim [Paulino] de Souza Campos e Azeneth Martins de Campos, em 1927, denominada 'Chácara [do] Peixe', contendo na época uma área total de 95 alqueires paulistas, que no cartório recebeu a transcrição de nº 5.240 em 1938, e os outros sucessores repartiram entre si a hoje denominada 'Vila Joaquim Paulino' e outras propriedades urbanas.
O Decreto Municipal nº 12, de 20 de dezembro de 1940, houve por bem desapropriar terras da família Souza Campos, para utilidade pública, um pacote de obras que envolvia a construção de um estádio de futebol e a como a construção de um parque infantil.
A área a ser desapropriada situava-se entre:
"Rua Benjamin Constant transversalmente, com terreno da Igreja - dos Padres Dominicanos, com a Rua Prudente de Moraes [atual José Epiphânio Botelho] transversalmente, com terreno da Associação Vicentina, com a Rua Quintino Bocaiuva transversalmente, com terreno de João Scarpin ou seus sucessores, com a Rua Euclides da Cunha e estrada de rodagem ao Distrito de Espírito Santo do Turvo."
Em 1944 ainda não eram definidas as confrontações da 'Chácara Peixe e da Vila Joaquim Paulino', tanto que no Decreto Municipal nº 48, de 26 de outubro de 1944, desapropriatório de partes de terras entre outras, aquelas de propriedades de:
"Azeneth Martins de Campos, Eufraim de Campos, Aser Martins de Campos, Diná Martins de Campos, Genésio Boamorte e sua mulher Lia de Campos, "herdeiros e sucessores de Joaquim de Souza Campos, situado na zona rural, na 'Chácara Peixe' ou 'Joaquim Paulino', dentro das seguintes divisas; (...)", citando Elias Gaigher, João Scarpin – pelos sucessores, consoante Decreto Municipal nº 48, de 26 de outubro de 1944, e a área loteada Vila Joaquim Paulino.
A desapropriação não foi amigável, considerando contestações ao ato – Processo nº 50.585, por Azeneth Martins de Campos e outros, e o Processo 50.853, por Azer Martins de Souza Campos e outros (DOSP - Judiciário, edições diversas), com imediata disputa judicial, prosseguinte pelos sucessores, em parte encerrada no ano de 2010 e outra ainda por decidir.
Algumas datas da 'Chácara Peixe' foram adquiridas, sem escritura definitiva, ou apossadas, em pontos esparsos, sendo que nas proximidades onde a erosão famílias pobres se estabeleceram para sobreviver do lixo urbano ali jogado, desde a faiscagem [catanças] do lixo às criações de suínos.
Na administração Aniceto Gonçalves (1977/1982), a 'Chácara Peixe' foi aberta a porteira que limitava o expansionismo urbano adiante da rua Conselheiro Saraiva. A partir daí aconteceu especulação imobiliária com as vendas de terrenos, construções de imóveis residenciais modernos, ainda que sem a legalização do empreendimento e sem a necessária infraestrutura.
As primeiras escrituras definitivas de terrenos e casas aconteceram em 2010, muitas ainda em processo de regularização, e questionadas pelos herdeiros e sucessores das famílias consideradas proprietárias originais.
1.23. Bosque dos Eucaliptos
Loteamento semiurbano promovido por Aquino Rosso Filho, nos anos de 1980, destinado a grandes e luxuosas construções.
1.24. Parque São Jorge
Outrora parte integrante das terras de Saul Ferreira de Sá, repassada parte aos Garcia, e outra, tornou-se propriedade da família nipônica Kawabata, sendo uma porção destinada a um loteamento nos anos 1980/1990, que se denominou Parque São Jorge.
1.25. Dos loteamentos urbanos organizados
O espalhamento urbano santa-cruzense tem levado às iniciativas de alguns loteamentos, mais observados a partir do ano 2000. Dos acima descritos, alguns já não existem mais, absorvidos por outros mais recentes ou abrangentes.
Na atualidade, Santa Cruz do Rio Pardo, possui setenta
e sete bairros residenciais - setenta e cinco urbanos e dois rurais, além de dois distritos: Caporanga e Sodrélia, além de extensa
zona rural com suas fazendas, sítios, chácaras e datas.
Embora não seja objeto dos autores a história santa-cruzense pós 1925, às vezes impossível furtarem-se dela, portanto, eis alfabeticamente
colocados os principais núcleos urbanos vistos em 2020, englobando inclusive alguns dos já citados que chegaram aos dias de hoje:
1. Bairro da Estação;2. Bairro São José;3. Bairro Rural Graminha;4. Bairro Rural Serrinha;5. Bosque dos Eucaliptos;6. Bosque Lorenzetti;7. Bosque Lorenzetti II;8. Centro;9. Chácara Camargo;10. Chácara Peixe;11. Cidade Jardim;12. Condomínio Floresta Azul;13. Conjunto Habitacional Frei José Maria Lorenzetti;14. Conjunto Habitacional João Batista Piccin;15. Conjunto Habitacional Luiz Brondi;16. Conjunto Habitacional Nagib Queiroz;17. Conjunto Habitacional Onofre Rosa de Oliveira;18. Conjunto Habitacional Rita Emboava;19. Distrito Industrial Michiyoshi Suzuki;20. Jardim América;21. Jardim Bela Vista;22. Jardim Brasília;23. Jardim Eleodoro;24. Jardim Eleodoro II;25. Jardim Europa;26. Jardim Fátima;27. Jardim Fernanda;28. Jardim Horizonte;29. Jardim Ipê;30. Jardim José Eleodoro;31. Jardim Mirian;32. Jardim Nova Braúna;33. Jardim Nova Braúna II;34. Jardim Paulista;35. Jardim Paulista II;36. Jardim Planalto;37. Jardim Primavera;38. Jardim Sant'Anna I;39. Jardim Sant'Anna II;40. Jardim Sant'Anna III;41. Jardim Santa Cruz;42. Jardim Santa Terezinha;43. Jardim São João;44. Jardim Umuarama;45. Jardim União;46. Jardim Vista Alegre;47. Morada da Ponte Nova;48. Núcleo Residencial 'Chico Mendes';49. Núcleo Residencial Osvaldo Cortela;50. Parque das Nações;51. Parque Residencial Ettore Cortela;52. Parque Residencial Itaipu53. Parque São Jorge;54. Residencial Braúna;55. Residencial Califórnia;56. Residencial Eldorado;57. Residencial Morada do Sol;58. Residencial Pacaembu;59. Residencial Paraíso;60. Vila Assis;61. Vila Bom Jardim;62. Vila Divinéia;63. Vila Fabiano;64. Vila Gonzaga;65. Vila Joaquim Paulino;66. Vila Madre Carmem;67. Vila Maristela;68. Vila Mathias;69. Vila Nova Sidéria;70. Vila Oitenta;71. Vila Popular;72. Vila Rocha;73. Vila Samaritana;74. Vila Santa Aureliana;75. Vila São Judas Tadeu;76. Vila Saul;77. Vila Sidéria.
2. Dos loteamentos rurais
Santa Cruz do Rio Pardo teve um loteamento rural para a 'Vila Zerrener', alguns sítios no lugar denominado fazenda dos Pires, anunciado aos 22 de fevereiro de 1921: "Fazenda dos Pires – (Villa Zerrener) – Comunico aos pretendentes que já estão sendo cortados pelo agrimensor os lotes de terrenos da fazenda dos Pires e que restam poucos à venda. Americo França Paranhos" (Cidade de Santa Cruz, 13/03/1921: 6).
A fazenda dos Pires, mais propriamente 'Fazenda Água do Pires', tem sua origem histórica em 1857, quando José da Costa Allemão Coimbra, a adquiriu de Francisco de Paula Moraes, genro de José Theodoro de Souza (DOSP, 18/09/1909: 4310-4311), e nela desde então a sede da propriedade.
Nos tempos atuais existem tendências de moradias em núcleos rurais, tipos dos bairros da Graminha e Serrinha, e outros já em curso..
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